Fazendo Gênero 10 - Desafios atuais dos feminismos
Universidade Federal de Santa Catarina - 16 a 20 de Setembro de 2013
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041. Estudos Feministas da Ciência e da tecnologia: vozes interdisciplinares
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041. Estudos Feministas da Ciência e da tecnologia: vozes interdisciplinares

Coordenadoras/es: Ângela Maria Freire de Lima e Souza (Doutor(a) - Universidade Federal da Bahia), Carla Giovana Cabral (Doutor(a) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Resumo: Século 20 é marcante para um redirecionamento do foco salvacionista e triunfalista, erigido em torno das ciências e da tecnologia no período posterior à Segunda Guerra Mundial. A crítica construída pelos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia dedicou-se a fundamentar os argumentos contextuais para explicar as influências e impactos das atividades científicas e tecnológicas. Essa é uma discussão que será apropriada pelas feministas para incluir categorias como mulheres, gênero, sexo e feminismo em ciências e tecnologia. No Brasil, nossos estudos têm assumido um caráter interdisciplinar, buscando desconstruir a ideia de invisibilidade das mulheres na História das Ciências e da Tecnologia. Neste Simpósio Temático, acolheremos os trabalhos acadêmicos que têm buscado inserir reflexões epistemológicas, pedagógicas, sociológicas, históricas, na tentativa de desenhar um campo que poderíamos também denominar Estudos Feministas das Ciências e da Tecnologia, bem como discutir aspectos epistemológicos que ainda sustentam certos preconceitos quanto à participação das mulheres nas diferentes áreas do conhecimento. Articulando esses espaços de construção do conhecimento a vozes interdisciplinares, atentamo-nos para questões assim: como temos construído o campo dos Estudos Feministas das Ciências e da Tecnologia? Quais enlaces possíveis com a Educação e a Política? Quais indicadores em gênero, ciência e tecnologia temos construído, de forma a mapear nossos territórios e hierarquias? O que contam as histórias de vida de pioneiras e outras gerações sobre as ciências e a tecnologia do nosso País?

Local

Sala 201, Bl. A, 2º Andar, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

Debatedores/Sessões

Não foram indicados debatedores.


Programação


19/09 - Quinta-feira
  • Clara Guimarães Santiago (Universidade Federal do ABC)
    A divulgação científica como domesticação dos saberes em um jornal do ABC Paulista
    Esta pesquisa busca fazer uma análise das matérias direcionadas as mulheres, publicadas no antigo jornal New Seller do grande ABC Paulista. O recorte que utilizamos são todas as matérias que fazem uma relação entre a divulgação científica e normas de conduta às mulheres. Nossa hipótese de pesquisa é que em uma sociedade em desenvolvimento, machista e em plena ditadura militar, o conhecimento científico apresentado no jornal em forma de divulgação científica, seria um saber “domesticado”. Para análise das matérias, que vão do ano de 1960 a 1969, fizemos uma contextualização histórica, relacionando a época da ditadura militar, com a região, também utilizamos como referencial teórico a epistemologia feminista e Michel Foucault. As matérias analisadas seguem um padrão, todas afirmam que as mulheres são ou devem agir de acordo com determinadas formas, que são abalizadas nas pesquisas científicas, em sua grande maioria realizada por pesquisadores norte-americanos. O aumento dessas matérias estão atreladas ao avanço da ditadura militar e relacionadas com a tecnologia, em 1964 inicia o suplemento feminino “entre nós”, que conta com um editorial afirmando a necessidade de dar embasamento científico as matérias, noção essa ampliada, em 1966 com a criação do suplemento feminino “Ela”.
    Palavras-chave: Gênero; Mídia; História da ciência; Filosofia.

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  • Márcia Barbosa de Menezes (Universidade Federal da Bahia), Ângela Maria Freire de Lima e Souza (Universidade Federal da Bahia)
    Matemática: substantivo feminino, singular
    O trabalho apresenta uma análise de percepções de professoras de Matemática do Ensino Superior quanto à sua identidade de gênero frente às suas atividades profissionais, pessoais e suas relações familiares. As entrevistadas relacionam a sua condição de mães e consequente total responsabilidade pelo cuidado dos filhos à forma que conduziram suas carreiras, priorizando as atividades do ensino, afastando-se da pesquisa cientifica que, segundo elas, requerem maior tempo de dedicação. Afirmam que as atividades voltadas ao ensino proporcionam melhores condições de conciliação entre os papéis de mãe com os profissionais. Reconhecem ainda que a dupla jornada de trabalho imposta apenas às mulheres, o cuidado com a família e as demandas dos companheiros delimitam também os avanços na carreira. Análise mais detalhadas na sequência do estudo poderão apontar com maior clareza os fatores que estão, ainda hoje, impedindo uma maior participação das mulheres nas atividades das pesquisas cientificas no campo da matemática.
    Palavras-chave: Matemática; Gênero; Carreira; Família.

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  • Carla Giovana Cabral (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
    Mapeamento nacional de publicações do campo interdisciplinar gênero, ciência e tecnologia: resultados preliminares
    Os estudos que articulam as categorias Gênero, Ciência e Tecnologia constituem um campo em crescimento e com características interdisciplinares. Observamos, inicialmente, influências teóricas advindas das teorias norte-americanas e a apropriação que delas têm feito feministas europeias e ibero-americanas. Também observamos uma certa tendência a pesquisar indicadores e recuperar as trajetórias das mulheres cientistas, hipótese a ser comprovada. Neste trabalho, apresentamos os resultados preliminares de uma pesquisa ampla e detalhada de dissertações de mestrado e teses de doutorado que articulem as categorias Gênero, Ciência e Tecnologia produzidas entre 1980 e 2010 em universidades públicas brasileiras, no contexto do projeto de pesquisa “Mapeamento nacional de publicações do campo gênero, ciência e tecnologia”. Nossa metodologia baseia-se em referenciais da pesquisa de natureza bibliográfica. Até o momento, realizamos esse levantamento nas universidades do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e, parcialmente, no Sudeste, em bancos de dados disponíveis na web: 465 trabalhos acadêmicos foram encontrados. Na fase de análise, mapearemos e analisaremos os trabalhos que constituem o campo em questão, buscando compreender como foi construído no País.
    Palavras-chave: Gênero; Ciência e tecnologia; História das ciências e gênero; Campo científico.

  • Maria Lucia de Santana Braga (Conselho Nacional de Desenv. Científico e Tecnológico)
    Pesquisas sobre gênero, mulheres e feminismos no Brasil: uma avaliação do Programa Mulher e Ciência
    No campo da ciência, tecnologia e inovação, dados de 2006 mostram que a participação das mulheres nas ciências se encontra, mundialmente, em torno de 30%, e, em altos postos, estima-se entre 5% e 10%. No ano de 2000, as mulheres totalizavam 44% dos/as pesquisadores/as brasileiros/as. Os dados já indicavam que apesar das diferenças ainda existentes entre homens e mulheres, as mulheres avançavam rapidamente no aumento de seu grau de qualificação acadêmica. No entanto, as diferenças de gênero podem ser ainda encontradas na ocupação dos postos mais qualificados nas universidades e centros de pesquisas e na concessão de bolsas nas modalidades mais avançadas. Dessa forma, tanto a produção sobre as relações de gênero, mulheres e feminismos precisava ser urgentemente incentivada, como também o próprio lugar das mulheres, cientistas, pesquisadoras e gestoras, no campo científico necessitava ser repensado. Criado em 2005, o Programa Mulher e Ciência tem como um dos eixos centrais o apoio e o fomento às pesquisas. Os três editais executados receberam a inscrição de 1007 propostas de pesquisa, sendo que 511 delas foram apoiadas com o aporte de recursos da ordem de 12 milhões de reais. Portanto, analisaremos os resultados já apresentados e seu impacto na agenda de pesquisa brasileira.
    Palavras-chave: Programa Mulher e Ciência; Relações de gênero; Mulheres; Feminismos.

  • Leopoldina Cachoeira Menezes (Universidade Federal da Bahia)
    Mulheres e pesquisa na área das ciências exatas na Universidade Federal da Bahia - uma análise preliminar
    Este artigo apresenta uma análise preliminar dos resultados de um estudo sobre a atividade de pesquisa de mulheres docentes na área de Ciências Exatas da Universidade Federal da Bahia e suas respectivas posições em grupos de pesquisa, tomando como base os dados do censo do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) nos anos 2008 e 2010 e, quanto ao ano de 2012, os dados da própria universidade, coletados junto aos órgãos competentes. Os resultados apontam para um crescimento do número de doutoras integradas à carreira docente na Universidade, enquanto que as atividades de pesquisa, segundo indicadores como liderança de grupos de pesquisa, orientações e projetos de pesquisa em andamento parece não acompanhar este crescimento.
    Palavras-chave: Mulheres; Docente; Pesquisa.

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  • Caterina Rea (Universidade Federal Santa Catarina)
    Gênero, política e ciência: perspectivas teóricas nos estudos feministas sobre a ciência
    A área de estudos feministas da ciência desenvolveu-se nos Estados Unidos na década dos 70’ e logo na Europa e no Brasil. A caráter interdisciplinar, este campo abarca vários focos de pesquisa. A linha mais desenvolvida no Brasil como em outros países é aquela que analisa a escarça presencia de mulheres no campo nas ciências duras. Menos desenvolvida aparece ser a perspectiva que analisa os processos de co-construção e de co-produção entre sistema de gênero e do saber cientifico, em particular no caso das ciências biomédicas. Se a primeira perspectiva coloca-se na dimensão epistemológica contestando a conceição clássica da objetividade cientifica e a subsistência de preconceitos naturalísticos quanto à participação das mulheres ao desenvolvimento das ciências, a segunda perspectiva permite penetrar mais profundamente nos conteúdos dessas disciplinas, mostrando como os conceitos mesmos de natureza ou de sexo são produtos de evoluções históricas e de organizações sócio-politicas. Nesta direção, situam-se trabalhos que desafiam a noção de diferencia dos sexos assim como ela foi concebida ao longo da historia das ciências biomédicas. Analisaremos como uma noção de gênero está sendo produzida por um dos departamento de ciências da saúde mais prestigiosos do Brasil.
    Palavras-chave: Ciências biomédicas e da saúde; Gênero; Natureza; Produções históricas; Sexo.

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  • Mara Cristina Salles Correia (Universidade de Brasília), Tarcisio Zandonade (Universidade de Brasília)
    O contexto epistemológico da preservação da informação, com ênfase na produção do conhecimento das mulheres
    Resumo: Trata-se de um estudo epistemológico dos fundamentos da produção do conhecimento e da informação por/sobre mulheres e da sua preservação para acesso futuro. Os termos usados neste estudo são analisados e definidos mediante conceitos da filosofia (epistemologia e ontologia), da sociologia e da ciência da informação. Define-se também a metáfora do “eco da informação”, para denotar o resultado da busca na literatura por/sobre mulheres, comparado com o fenômeno acústico da repetição do som emitido por uma fonte, motivado pela reflexão da onda sonora por um obstáculo. Presume-se que o sucesso na recuperação do conhecimento e da informação preservados seja proporcional à “notabilidade” de quem os produz. Dessa forma, observam-se mulheres com “notabilidade”, enquanto outras não a atingem, apesar de eventuais créditos. Assim sendo, julga-se que exista uma lei universal, revelando a relação causal entre a armazenagem do conhecimento e da informação produzidos por/sobre mulheres, e sua “notabilidade”. Conclui-se, descrevendo os obstáculos para a “notabilidade” das mulheres e sugerem-se políticas para construir sua visibilidade no espaço público.
    Palavras-chave: Ciclo de vida da informação; Eco da informação; Gênero; Preservação da informação; Notabilidade.
    Palavras-chave: Ciclo de vida da informação; Eco da informação; Gênero; Preservação da informação; Notabilidade.

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  • Zuleide Paiva da Silva (Universidade Federal da Bahia)
    Liga Brasileira de Lésbicas - BA: rede sem cabeça, pulsante, comunicante, toda pensante!?
    Desde uma perspectiva feminista, reconhecendo a LBL – Liga Brasileira de Lésbicas como um emaranhado de redes tecidas em âmbito estadual, regional e nacional em defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos das Lésbicas e das Mulheres Bissexuais, este estudo, de natureza interdisciplinar, tem o propósito de analisar a lista de discussão [e-mails] da Liga Brasileira de Lésbicas da Bahia. Parte da hipótese de que a rede em foco é difusa e descentralizada. Verifica o seu grau de centralidade e aponta suas características topológicas e de funcionamento. Em conjunto, os índices obtidos negam a hipótese inicial e sinalizam a ameaça do silêncio, que feito vírus se espalha e mata as redes sociais. Para além de refletir sobre a ameaça, este estudo se vale da experiência empírica e de pesquisa documental para tecer um ponto de vista político sobre a rede analisada advogando a importância da conectividade para potencializar a LBL-BA como expressão do movimento social capaz de promover a construção coletiva, participativa e colaborativa de projetos políticos de coesão.
    Palavras-chave: Liga Brasileira de Lésbicas – BA; Lista de discussão; Redes sociais; Conectividade.

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20/09 - Sexta-feira
  • Francisco Leal de Andrade (Universidade Federal de Sergipe)
    Determinismo e sexismo: representações de docentes de Biologia do Ensino Médio sobre diferenças entre homens e mulheres
    Esta comunicação traz parte dos resultados de uma investigação que buscou identificar implicações das representações sociais de docentes de Biologia sobre as questões de gênero e o determinismo biológico em suas práticas educativas no ensino de tópicos de Genética para alunos/as do Ensino Médio. Foram coletadas e analisadas informações obtidas com a técnica do Grupo Focal (GF), e da observação direta, sistemática, semi-estruturada e não participante, de práticas educativas em sala de aula. Para a análise de dados foram utilizados elementos da análise crítica do discurso, em articulação com a Teoria das Representações Sociais (TRS). Os sujeitos da pesquisa foram doze docentes da rede pública estadual de Salvador, licenciados/as em Biologia. Na sequência, duas dos/as doze docentes participantes do GF tiveram suas práticas educativas observadas em duas turmas do terceiro ano do EM.
    Os resultados apontam para a manutenção de ideias estereotipadas quanto aos gêneros e quanto à orientação sexual. Neste sentido, foram evidenciadas concepções sexistas e homofóbicas, além da relevante tendência a estabelecer oposições binárias para caracterizar as diferenças entre homens e mulheres.
    Palavras-chave: Ensino de biologia; Gênero; Determinismo; Sexismo.

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  • Mariana Moraes de Oliveira Sombrio (Universidade Estadual de Campinas)
    Práticas de campo - Relatos de mulheres cientistas em suas expedições científicas pelo Brasil (1933-1968)
    Esta pesquisa busca investigar a experiência de mulheres que realizaram viagens científicas no Brasil e tiveram suas expedições registradas pelo Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil entre os anos de 1933 a 1968. É interessante investigar a presença dessas expedicionárias para sabermos mais sobre a história das mulheres cientistas no Brasil já que muitas vezes a historiografia reproduz uma ideia de que não existiam mulheres praticando ciências nesse período. Apesar dessa aparente inexistência, ao pesquisar acervos documentais de instituições científicas com um olhar voltado às questões de gênero vemos que é possível encontrar várias referências a trabalhos realizados por mulheres e nos deparamos com a possibilidade de entender melhor como se deu a experiência dessas personagens que praticaram ciências em um ambiente ainda majoritariamente masculino. Através dessa pesquisa buscamos conhecer quais fatores e estratégias fizeram parte da trajetória dessas expedicionárias e permitiram o desenvolvimento de suas carreiras, quais narrativas elas construíram a partir de suas viagens e quais foram suas impressões acerca dos lugares que visitaram.
    Palavras-chave: Expedições científicas; Mulheres; Gênero e ciências.

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  • Bruna Mendes de Vasconcellos (Universidade Estadual de Campinas)
    Primeiras aproximações entre feminismo e tecnologia social
    O campo de estudos em Ciência, Tecnologia e Gênero (CTG), tem empreendido esforços frutíferos no sentido de demonstrar o androcentrismo presente na construção social da ciência e da tecnologia. Suas teóricas enfatizam como gênero e tecnologia são socialmente construídos, preenchendo uma lacuna no campo dos Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia (ESCT), até então carente de uma perspectiva analítica de gênero. Dando sequência à esses esforços, o presente artigo busca contribuir ao campo, aproximando-se das recentes experiências latinas com o desenvolvimento de Tecnologias Sociais (TS). Apesar de este ser um tema atual e bastante trabalhado teoricamente nos ESCT, o mesmo ainda não ganhou atenção das feministas no campo CTG, deixando uma evidente lacuna analítica de gênero. O objetivo desse artigo é, portanto, por um lado evidenciar a existência dessa lacuna, e por outro argumentar pela importância da incorporação de uma perspectiva feminista aos estudos sobre TS. Em busca dessa aproximação é feita uma análise geral dos trabalhos apresentados nas quatro últimas edições do Congresso Iberoamericano de CTG, ao mesmo tempo que se faz uma primeira leitura de gênero das experiencias de TS a partir do Banco de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil.
    Palavras-chave: Tecnologia social; Gênero; ESCT.

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  • Luiz Ernesto Merkle (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
    Tensões entre a informática como disciplina e as práticas do computar: empecilhos e desafios para se ampliar a participação de minorias
    É suficiente atentar para as parcelas de mulheres, de minorias e de pessoas com deficiências presentes nos cursos de computação, aqui no Brasil e alhures, para ver que cortes de classe, raça e etnia, gênero e geração, habilidade, estão fortemente presentes. Apesar de inúmeras iniciativas governamentais, institucionais ou profissionais almejarem reverter este quadro, estas não tem tido êxitos significativos. No meu entender poucas destas vêm acompanhados de discussões sobre o caráter restritivo de perspectivas, práticas, valores, divisões de trabalho e relações de poder nesta disciplina, e na própria disciplina estas quase inexistentes. É como se o estudo e a formação em computação excluísse todas as particularidades e circunstâncias das atividades do computar, que queira-se ver ou não, são sempre humanas. Trabalho com a hipótese que uma reversão deste quadro exige que a própria disciplina reveja seus fundamentos e seus objetivos, ainda calcados em termos como universalidade, neutralidade e abstração, já a muito questionados pelos estudos feministas, queer, pós-coloniais, em outras áreas do conhecimento.
    Palavras-chave: Computação; Estudos em ciência, tecnologia e sociedade; Relações de gênero; Queer; Access.

  • Betina Stefanello Lima (Universidade Estadual de Campinas)
    Um olhar sobre o prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
    Este artigo visa analisar os resultados do Prêmio “Construindo a Igualdade de Gênero” por meio das informações sobre os artigos científicos e os autores premiados. Esta análise está focada nas categorias do Ensino Superior. O Prêmio é uma das ações do Programa Mulher e Ciência que tem por objetivos: fomentar os estudos sobre mulheres, relações de gênero e feminismos; e promover a participação das mulheres nas carreiras científicas. Este estudo busca contribuir com a análise sobre uma importante política científica no âmbito do governo federal para a promoção da equidade de gênero nos campos científico e tecnológico.
    Palavras-chave: Gênero e ciências; Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero; Política científica.

  • Fabiane Ferreira da Silva (Universidade Federal do Pampa - Campus Uruguaiana)
    Conciliando identidades: mulher, mãe, esposa, cientista...
    O trabalho é um recorte da minha tese de doutorado intitulada “Mulheres na ciência: vozes, tempos, lugares e trajetórias”, que teve como objetivo problematizar a inserção e a participação das mulheres na ciência a partir da análise de entrevistas narrativas realizadas com seis mulheres cientistas atuantes em universidades públicas e numa instituição de pesquisa do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi orientada pelas teorias dos Estudos Feministas da Ciência e Estudos de Gênero, bem como utilizou alguns conceitos de Michel Foucault. Nessa perspectiva, ciência e gênero são compreendidos como construções sociais, culturais, históricas e discursivas em meio a relações de poder/saber. Metodologicamente o estudo ancora-se na investigação narrativa a partir dos pressupostos de Jorge Larrosa e de Michel Connelly e Jean Clandinin. Com a realização das entrevistas busquei conhecer a trajetória acadêmica e profissional dessas mulheres, as motivações para a escolha da profissão, as dificuldades vivenciadas na profissão, como elas percebiam a participação das mulheres na ciência, entre outros aspectos. Ao analisar as narrativas, percebi, entre outras questões, a difícil conciliação entre carreira e família, implicando em jornadas parciais de trabalho, no adiamento ou recusa da maternidade.
    Palavras-chave: Mulheres; Ciência; Gênero; Carreira; Maternidade.

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