Fazendo Gênero 10 - Desafios atuais dos feminismos
Universidade Federal de Santa Catarina - 16 a 20 de Setembro de 2013
pt-br en-us es
Você está em: 
044. Feminismo Transgênero ou Transfeminismo
ImprimirImprimir     
 

044. Feminismo Transgênero ou Transfeminismo

Coordenadoras/es: Jaqueline Gomes de Jesus (Doutor(a) - Universidade de Brasília), Luma Nogueira de Andrade (Doutor(a) - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-B)
Resumo: O ST Feminismo Transgênero ou Transfeminismo propõe a realização de conexões teóricas e pragmáticas entre feminismo e movimento transgênero (composto predominantemente por mulheres e homens transexuais e travestis), estabelecendo um diálogo entre linhas de pensamento e reivindicações históricas do feminismo, por meio de uma abordagem inclusiva que se oponha à noção patologizante das identidades trans. É reconhecido que a população transgênero está à margem dos processos sociais, excluídas por discursos e práticas de ordem sexista, especificamente cissexistas (que invisibilizam ou estigmatizam as pessoas trans) e transfóbicos (que promovem o medo e/ou o ódio com relação a pessoas transgênero). Emerge, no meio acadêmico e nos movimentos sociais de pessoas e grupos trans, a formulação de estratégias discursivas críticas ao imaginário social ligado à noção de uma divisão morfológica rígida e imutável entre sexo e gênero (cisgeneridade) como um fator de opressão das pessoas trans, por regular corpos não conformes à norma binária homem/pênis e mulher/vagina. O feminismo transgênero ou transfeminismo é uma categoria do feminismo que surge como uma resposta à falha do feminismo de base biológica em reconhecer plenamente o gênero como uma categoria distinta da de sexo. Esse sexismo, de base legal-biologizante, tem sido o fundamento, particularmente, para negar o estatuto da feminilidade ou da “mulheridade” às mulheres transexuais, diferenciando estas das popularmente denominadas como "de verdade". Ao compreender parcialmente o gênero como construção social, o feminismo reforça estereótipos sobre os corpos e os seus usos prejudiciais não apenas à população transgênero, mas a todo e qualquer ser humano que não se enquadre no modelo que iguala gênero a sexo, como mulheres histerectomizadas e/ou mastectomizadas, homens orquiectomizados e/ou “emasculados” por motivos de saúde, e casais heterossexuais com práticas e papeis afetivossexuais divergentes dos tradicionalmente atribuidos. O transfeminismo reconhece a interseção entre as variadas identidades, identificações dos sujeitos e o caráter de opressão sobre corpos que não estejam conforme os ideais racistas e sexistas da sociedade, de modo que busca empoderar os corpos das pessoas como eles são, deficientes ou não, independentemente de intervenções de qualquer natureza; ele também busca empoderar todas as expressões sexuais das pessoas transgênero, sejam elas assexuais, bissexuais, heterossexuais, homossexuais ou com qualquer outra identidade sexual possível. Especificamente os movimentos de mulheres transexuais e das travestis, parcelas mais visíveis da população trans, têm na aproximação com o pensamento feminista um referencial teórico e prático poderoso para resistirem e construírem suas próprias forças quando confrontadas, no cotidiano, com vivências de opressão impostas pela dominação masculina. Em suma, o ST Feminismo Transgênero ou Transfeminismo abrange trabalhos identificados com o movimento intelectual e político contemporâneo que (1) desmantela e redefine a equiparação entre gênero e biologia; (2) reitera o caráter interacional das opressões; (3) reconhece a história de lutas das travestis e das mulheres transexuais e as experiências pessoais da população transgênero de forma geral; e que (4) valida as contribuições de quaisquer pessoas, transgênero ou cisgênero (pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado quando de seu nascimento).

Local

Sala 323, Bl. B, 1º Andar, Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)

Debatedores/Sessões

Sessão 1: Felipe Flites Moreira
Sessão 2: Marcio Sales Saraiva


Programação


19/09 - Quinta-feira
  • Luma Nogueira de Andrade (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-B)
    A festa de formatura: desafio às jovens travestis
    Este trabalho etnográfico resulta de parte da pesquisa que realizei para elaboração de minha tese intitulada “Travestis na Escola: Assujeitamento e Resistência à Ordem Normativa”, defendida em agosto de 2012 na Universidade Federal do Ceará - UFC. O presente texto dar ênfase ao ritual tradicional da festa de formatura que vivenciei com minha interlocutora Fran, travesti e estudante, que residia em um pequeno distrito do município de Tabuleiro do Norte-CE. O trabalho também apresenta de forma sucinta minha experiência e a de outras interlocutoras de forma a produzir um paralelo trans-histórico.
    Palavras-chave: Travestis; escola, assujeitamento; resistência

    DownloadDownload do Trabalho
  • Jaqueline Gomes de Jesus (Universidade de Brasília)
    Feminismo e identidade de gênero: elementos para a construção da teoria transfeminista
    A presente comunicação oral visa a identificar as conexões entre o feminismo e o que se denomina “feminismo transgênero”, ou simplesmente “transfeminismo”, uma linha de pensamento e de mobilização política feminista frente aos conceitos de gênero e de identidade, constituída a partir de um referencial crítico formado por diferentes feminismos, em especial o feminismo da diferença, vertentes pós-estruturalistas do feminismo e o feminismo negro. Identifica-se que o transfeminismo, apesar de ser uma práxis particularmente útil à emancipação da população transgênero, também dialoga com questões de gênero cotidianas às demais pessoas.
    Palavras-chave: Feminismo; Gênero; Identidade; Transgeneridade; Transfeminismo.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Hailey Alves Pedro da Silva (Universidade Nove de Julho)
    Da constituição de um campo: transfeminismos como corrente feminista
    Através da intersecionalidade de campos correlatos como Teoria Queer, Estudos de gênero e Teorias Feministas, esse trabalho procura demonstrar como o que se convencionou chamar de Transfeminismo se formou, quais são suas premissas, seus principais conceitos e alicerces, e as diferenças e similaridades com outras correntes feministas. A recente produção internacional sobre essa corrente contemporânea parece pedir pela constituição de um novo campo do saber que relaciona diferentes teorias em prol de uma teoria da(s) corporalidade(s) e dos atos performáticos aplicados às identidades trans* e/ou não binárias.
    Palavras-chave: Transfeminismo; Intersecionalidade; Teoria queer; Identidades trans*; Teorias feministas.

  • Giowana Cambrone Araujo (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
    Direitos trans à luz de princípios constitucionais. Lutas, conquistas, avanços e retrocessos de direitos de transgêneros
    O trabalho é resultado do desdobramento de pesquisa de conclusão de curso de Direito que teve como objetivo analisar os direitos homoafetivos à luz dos princípios constitucionais, em especial aos direitos de transexuais e travestis, instando na prática do Direito Civil constitucionalizado e buscou-se identificar como os princípios constitucionais são aplicáveis à aquisição e consolidação desses direitos, mesmo que ainda não positivados pelas normas infraconstitucionais. Ainda pretende-se estudo comparado para se ter uma idéia do estado da arte, dos Direitos Trans enquanto demanda fundante de uma nova área do direito nacional. Complementa-se o trabalho de pesquisa a análise de jurisprudências nacionais e internacionais a respeito do tema em questão.
    Palavras-chave: Direito; Transgêneros; Direito constitucional; Princípios constitucionais; Direitos trans.

  • Luisa Helena Stern Lentz (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
    Direito à Identidade: Viva seu nome. A retificação do registro civil como meio de conquista da cidadania para travestis e transexuais
    Na perspectiva de que o nome é o que nos identifica perante a sociedade, e de que uma das principais violações de direitos a que são submetidas a população de travestis e transexuais é a obrigatoriedade do uso de um nome que não corresponde à sua identidade, dentro de uma realidade onde impera o binarismo de gênero, o trabalho tem por objetivo apresentar e analisar o resultado da experiência de um mutirão de ações judiciais de retificação do registro civil, promovido pela ONG Igualdade-RS e o grupo G-8 Generalizando, com uma abordagem que procurou vincular o direito ao nome às características identitárias, evitando a classificação dos sujeitos como portadores de patologia mental e da realização da cirurgia de transgenitalização.
    Palavras-chave: Identidade de gênero; Nome; Registro Civil; Travestilidade; Transexualidade.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Marcio Sales Saraiva (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
    Max Weber, Tipo Ideal e o Universo T (Transexuais e Travestis)
    O autor utilizando o conceito de tipo ideal da sociologia compreensiva de Marx Weber, somado as contribuições da antropologia cultural, busca no texto construir uma breve tipologia das orientações sexuais com ênfase no universo transgênero (travestis/transexuais), problematizando a questão queer e seu suposto "não lugar". O texto começa com a história de Max Weber, o conceito de ação social e das sociedades, sua conceituação de indivíduos e classes sociais, o tipo ideal e a crítica ao Marxismo economicista, uma breve história do movimento LGBTT, e a construção a partir do conceito do tipo ideal de uma tipologia das orientações sexuais e identidade de gênero, em especial do universo transgênero.
    Palavras-chave: Sociologia; Max Weber; Tipo ideal; Travestis; Transexualidade.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Natalia Silveira de Carvalho (Universidade Federal da Bahia)
    Borrando fronteiras? Intersecções de gênero e sexualidade em campos teórico-políticos sob disputa
    Este trabalho é parte dos resultados obtidos na dissertação de mestrado “Eles não são elas: a demanda de despatologização da transexualidade como prática feminista?”, defendida em 2012 na Universidade Federal da Bahia. Partindo do reconhecimento do protagonismo das mulheres transexuais como prática feminista, a pesquisa buscou abarcar os contornos teóricos e políticos da demanda analisada utilizando-se do aparato das teorias feministas e queer, dando particular atenção aos seus pontos de contato e de tensão. A proposta apresentada visa dialogar com as categorias de gênero e sexualidade a fim de fomentar um debate teórico sobre o que tem fundamentado a prática e o discurso feministas de (não) reconhecimento das mulheres transexuais como sujeito político do feminismo. As disputas de sentido do corpo e da identidade nos espaços feministas envolvem a construção de significados da categoria gênero, que é apropriada de diferentes maneiras entre as feministas e tem fundamentado reivindicações. A partir das disputas observadas, a pesquisa problematiza a constituição do sujeito político do feminismo e sinaliza para a possibilidade da construção de um feminismo plural e multifacetado, aproximando-se do conceito foucaultiano de heterotopias como práticas de liberdade e resistência.
    Palavras-chave: Feminismo; Sujeito político; Transexualidade; Gênero; Sexualidade.

    DownloadDownload do Trabalho
  • André Lucas Guerreiro Oliveira (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
    Os homens transexuais brasileiros e o discurso pela (des)patologização da transexualidade
    O presente artigo intenciona problematizar de forma crítica a relação de homens transexuais brasileiros com a patologização de sua experiência enquanto pessoa transexual. Para tanto, busca-se compreender os argumentos favoráveis da citada população à noção da transexualidade como uma patologia psiquiátrica, passível de ser (ou não) laudada por profissionais das áreas médica e psicológica de maneira tal que, a obtenção deste parecer torna-se necessidade para a realização de alterações corporais, bem como aos encaminhamentos para as modificações da documentação civil. O texto pretende refletir criticamente a aceitação desta relação desigual de poder entre o saber médico e a população de homens trans brasileiros, em que a autonomia destas vidas é colocada a todo o momento em xeque.
    Palavras-chave: Transexualidade; Homens transexuais; (Des) Patologização.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Guilherme Gomes Ferreira (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Marcelli Cipriani Rodrigues (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
    A prisão sobre o corpo travesti: gênero, significados sociais e o lusco-fusco do cárcere
    O presente artigo é fruto de uma pesquisa de Mestrado em Serviço Social e desenvolve uma análise baseada no estado atual da pesquisa que busca problematizar como vem se construindo as experiências sociais de travestis privadas de liberdade em regime fechado em Porto Alegre em estabelecimento prisional masculino. A pesquisa, que ainda está sendo desenvolvida, gerou reflexões quanto à produção do gênero feminino no cárcere, bem como trouxe questionamentos quanto às tensões geradas pela presença das travestis na prisão envolvendo temas como violência, transfobia, formação educacional, geração de renda, saúde/doença, movimento social e acesso aos direitos humanos.
    Palavras-chave: Travestilidades; Prisões; Gênero; Direitos Humanos.

    DownloadDownload do Trabalho

20/09 - Sexta-feira
  • Hugo Felipe Quintela (Universidade Federal do Espírito Santo)
    Navalha na Carne: o não reconhecimento da transexualidade e suas consequências
    A partir da discussão crítica da constituição do modelo dicotômico de se compreender a realidade pretendemos abordar o não reconhecimento da transexualidade, em nossa sociedade tendo como locus a sociedade brasileira. Partindo da premissa que a transexualidade fere a dualidade que experienciada no mundo ocidental, contrariando as normas estabelecidas que envolve a questão de gênero e sexo. A fim de percebermos, a partir de depoimentos de indivíduos transexuais, que o sistema médico e jurídico, que dão legitimidades a esses indivíduos, não os alcança em suas vidas cotidianas. Por isso são várias as negações sociais que os transexuais sofrem que produzem um não reconhecimento influenciando diretamente na produção de sua identidade que é configurada sob estigmas, preconceitos e ausência de respeito.
    Palavras-chave: Transexualidade; Gênero, Identidade; Reconhecimento; Estigmas.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Felipe Flites Moreira (Universidade Federal de Minas Gerais)
    Não-vidência e transexualidade: questões transversais
    Partindo dos estudos sobre antropologia do corpo para entender e colocar em evidências as diferenças e marcadores sócio-corporais entre pessoas videntes e não-videntes, visando contribuições dos disability studies para situar estes corpos díspares no espaço, o presente estudo é resultado indireto do trabalho de campo feito na cidade de Belo Horizonte com pessoas cegas na busca de entender suas percepções e imaginações de mundo, dado o fato de, diferente de nós, não contarem com o atributo da visão para se locomover e interagir na cidade. Este ensaio irá considerar os demais sentidos e estratégias envolvidas na vivência destas pessoas em relação ao mundo e seus pares, videntes ou não. O campo trouxe discussões referentes à identificação de gênero sem ser pelo recurso visual, como o olfato, tato, auxílio de terceiros por audiodescrição. Neste sentido, como pensar a construção de gênero e a transexualidade dentro de uma epistemologia não-vidente? Até que ponto as pessoas não-videntes corroboram ou se afastam dos binarismos de gênero? Como constroem, interna e externamente, suas percepções de gênero e como elas se articulam na interação com pessoas que se afastam das noções do senso comum de gênero ou buscam a transição?
    Palavras-chave: Gênero; Transexualidade; Não-vidência.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Mônica Ferreira Cassana (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
    Sujeitos em transcurso: análise do discurso de transexuais
    A Análise de Discurso de linha francesa, teoria fundamentada por Michel Pêcheux, questiona a evidência dos sentidos, uma vez que eles não são dados a priori, mas, sim, construídos em uma rede de memórias, que leva em consideração os movimentos da história e da língua. Por outro lado, os sujeitos transexuais questionam a evidência do sexo e do gênero, como um dado natural e evidente, e por isso, são constantemente marginalizados e silenciados em nossa sociedade. Nossa comunicação trabalhará com as possibilidades de articulação entre esses pontos, pretendendo analisar o discurso dos sujeitos transexuais – sujeitos cujo corpo é marcado pelo desejo e pela ideologia – de forma a entender quais modos de subjetivação estão inscritos nessas práticas discursivas. Para tal, consideraremos as condições de produção midiáticas, examinando discursos desses sujeitos, em que suas falas apareçam recortadas pelo discurso da grande mídia. Através de nossas análises, pretendemos refletir sobre esse discurso, que parece se constituir na transitoriedade, e demonstrar como as falhas e rupturas da língua podem nos dar indícios sobre transformação de sujeito e de sentido.
    Palavras-chave: Análise de discurso; Transexualidade; Mídia.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Liliana Graciete Fonseca Rodrigues (Universidade do Porto)
    Transexualidades: corpos em crise
    Esta comunicação terá como objetivo analisar os Trajetos de Vida Transexuais que estão relacionados com processos de mudança física de sexo, e conhecer as (in)suficiências das respostas clínicas da Psicologia e a sua relação com o enquadramento legal da transexualidade. Para além disso, pretende-se discutir a partir da teoria da interseccionalidade, o impacto da classe social nas condições de vida dos/as transexuais. Esta comunicação contribuirá para ampliar a discussão sobre transexualidades, promovendo abordagens comprometidas com os valores de justiça social, de igualdade e de inclusão dos/as transexuais, nomeadamente, o acesso efetivo aos cuidados de saúde, o reconhecimento legal das suas identidades e a não discriminação da sua condição.
    Palavras-chave: Transexualidades; Psicologia; Saúde; Interseccionalidade; Social.

  • Mably Jane Trindade Tenenblat (Universidade de Estado do Rio de Janeiro)
    Atenção à saúde da pessoa transexual: horizontes do processo transexualizador no Estado do Rio de Janeiro
    O presente trabalho é fruto de um projeto de pesquisa de mestrado, realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O interesse pelo tema da transexualidade foi reforçado a partir da experiência profissional como coordenadora de um dos Centros de Referência e Promoção da Cidadania LGBT, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro (SEASDH/RJ). Este trabalho acadêmico propõe uma reflexão sobre sexualidade e gênero na experiência transexual, bem como apresenta uma descrição e uma análise histórica das respostas públicas às demandas de saúde de pessoas transexuais no estado do Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que as trajetórias de vida de mulheres e homens transexuais resultam diretamente de suas inserções de classe social, gênero e raça, além das características culturais, etárias, experiências sexuais, entre outras.
    Palavras-chave: Transexualidade; Sexualidade; Gênero e saúde.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Marlyson Junio Alvarenga Pereira (Universidade Federal de Lavras)
    “É a dor da beleza”: as travestis e suas corajosas estilísticas da existência
    O presente trabalho versa sobre a problematização do documentário “Bombadeira: a dor da beleza”, de Luis Carlos de Alencar. Em setenta e cinco minutos, o referido documentário nos mostra o cotidiano de travestis: suas intimidades, suas histórias de vida, seus amores, seus corpos. Proponho refleti-lo no sentido de que esse nos faça pensar nessas que deslocam a sequência sexo-gênero-sexualidade. Que com seus desejos de serem, ousam questionar essa linearidade a tanto estabelecida. O documentário nos mostra a corajosa verdade das travestis: aquelas que recorrem à aplicação de silicone industrial para realização de seus sonhos. Desse modo, as “bombadeiras”, como são conhecidas as travestis que fazem essas intervenções cirúrgicas clandestinas, essas dão nome ao documentário. Bombadeira traz a coragem dessas vidas que ousam sentir a dor de viver. E é neste ousar que quero pensar. A partir do aporte foucaultiano e pós-estruturalista pensar nestas e em suas coragens. Pensar nestas e em seus ensaios de bem viver, como construções de novas estilísticas da existência. Pensar seus corpos “bombados”, não sob a égide da norma, do preconceito, mas sobre o criar que seus corpos propõem. Portanto pensar Bombadeira é pensar em uma vida que resiste.
    Palavras-chave: Travestis; Coragem; Estética da existência; Corpos; Resistência.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Fábio Henrique Lopes (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
    “Ser diferente e chegar à maturidade (...)”: experiências de envelhecimento e travestilidade
    Hoje, no Brasil, já encontramos uma vasta bibliografia sobre a travestilidade. Contextos sociais, culturais e históricos são mapeados e articulados para produzir respostas a uma série de objetivos. Contudo, poucos trabalhos focalizam as experiências, as memórias e as escritas de si das travestis consideradas “velhas”, “idosas” e/ou “senhoras”. Poucos são aqueles/as que privilegiam as experiências de envelhecimento para analisar como essas travestis constituem ou constituíram para si novas subjetividades, novas relações de si para consigo na chamada “velhice”. Por isso, meu objetivo é dar visibilidade, rachar silêncios, esgarçar o dito, questionar a inevitabilidade do trágico, da violência e da morte prematura, frutos de uma vida abjeta travesti. Ao mesmo tempo, torna-se possível denunciar/criticar as normas e as hierarquias de gênero em sua dimensão heterossexual e compulsória, como se as experiências sobre e a partir da velhice fossem todas, necessariamente, condizentes com a norma heterossexual. Para nortear a reflexão, pergunto: Quais as especificidades das experiências de envelhecimento na travestilidade? Essas experiências produzem contestação das normas de gênero e do heterossexismo? Elas colocam em risco a estabilidade do gênero na velhice?
    Palavras-chave: Travestilidade; Envelhecimento; Escritas de si.

    DownloadDownload do Trabalho

Desenvolvido por Dype Soluções