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50. Juventudes, gênero e diversidade

Coordenador@s: Mônica Prates Conrado (UFPA), Nilda Stecanela (UCS)
Embora pesquisas sob a ótica da diversidade - contemplando questões de gênero, raça e sexualidades - representam um campo em construção no âmbito dos estudos sobre juventudes é significativa a demanda e interesse, sobretudo por parte de pesquisadores/as mais jovens que vêm buscando desenvolver dissertações ou teses sobre o tema. No entanto, esse olhar contemplando as diferenças costuma estar dividido de acordo com o que “está em jogo na questão das identidades” (Stuart Hall, 2000) ao se preferir por alguns pesquisadores/as a dimensão da diferença como única e possível referência explicativa no campo de análise e de interpretação das juventudes sob a ótica da diversidade. Contudo, os discursos de movimentos e grupos específicos sobre a necessidade de políticas públicas de/para/com juventudes, o aumento crescente de dissertações e teses sobre questões relativas às juventudes contemporâneas, a articulação de distintas categorias de análise mereçam destaque. As juventudes são tomadas, em diversas situações, como unidade social, vistas como pertencentes de um grupo com interesses comuns e, de forma recorrente, acopladas às faixas de idade (Machado Pais, 1990) o que inviabiliza a percepção de distintas origens étnico-raciais, regionais e de classe para as pesquisas com o devido rigor teórico-metodológico. A proposta é articular estudos desenvolvidos por pesquisadoras e pesquisadores que trabalham de forma isolada em diversas universidades e centros de pesquisa contribuindo assim para a desconstrução de algumas concepções vigentes sobre juventudes - que fogem das variáveis histórico-culturais como referências explicativas – ao reinscrever a cor/ raça ou etnia, gênero e classe social como componentes simbólicos instituintes de sujeitos sociais. A constante retomada da Temática Proposta pode trazer resultados importantes para as ações estratégicas da vida social nas diversas realidades brasileiras e internacionais em debate com vistas à compreensão das múltiplas identidades sob a tematização das experiências das juventudes em foco. O que nos conduz à preocupação com as juventudes originariamente de minorias étnicas e nacionais.

Local: Sala 926 Pós da Saúde Pública do CCS

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Patricia Oliveira (Universidade de Frankfurt)
    Gerando gênero: transmissões e transformações intergeracionais de padrões de gênero entre jovens e suas mães nas camadas populares
    Com perspectiva inspirada na fenomenologia social e interacionismo simbólico, pretende-se discutir os resultados de pesquisa qualitativa sobre trajetórias de um grupo de jovens de Campinas-SP e suas relações com suas famílias, de maioria migrante rural. Para tal grupo metropolitano, foi possível detectar um conhecimento específico relativo aos temas estudados, que efetivamente é parte da composição do tecido de significados que caracterizam um mundo social. A construção desses conhecimentos socialmente partilhados é vista como uma dinâmica entre conservação e ruptura, possibilitando a ressignificação e a transformação social. Para apreender tal dinâmica, usou-se o conceito de generatividade, que além de designar as condições necessárias para o desenvolvimento e individualização de gerações jovens, também contempla processos de interdependência entre gerações. Não apenas a geração progenitora disponibiliza recursos importantes para a geração mais jovem, mas também o contrário foi detectado: principalmente a interação entre mães e filhas mostrou-se fundamental para construções e transformações de padrões de gênero entre ambas. Essas conclusões levaram à elaboração da tese de um deslocamento da experiência jovem, o que aconteceria em dois níveis a serem esclarecidos na apresentação.
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  • Mônica Prates Conrado (UFPA)
    As meninas que “vêm do interior” para a capital: exploração sexual e do trabalho em contexto amazônico, traduzidas em relatos de homens jovens das camadas médias de Belém do Pará
    A minha preocupação foi apontar a relevância da entrada da sexualidade para o escopo de minha pesquisa sobre juventudes e violência, tendo como referência teórica estudos da sociologia da juventude ao referir-me ao universo rico, complexo e variado que proporciona matizes e formas de discriminação racial, de gênero e de classe em uma determinada realidade social.
    Este artigo está baseado em entrevistas realizadas com homens, na faixa etária de quarenta e quarenta e cinco anos, e com rapazes entre 20 e 25 anos, sobre iniciação sexual e seus relacionamentos afetivo-sexuais sob uma abordagem retrospectiva. A minha escolha investigativa sobre o meu objeto de estudo e de análise fundamentou-se em pressupostos da pesquisa qualitativa, por meio de conversas informais ao narrarem suas próprias experiências, agregadas às observações feitas por mim, registradas em notas de campo. A minha questão central é compreender de que modo a diversidade das experiências sexuais que os jovens possam vir a ter, sob padrões tradicionais rígidos de desigualdade de gênero, cor e classe constroem saberes e ditam normas e significados distintos.
  • Celecina de Maria Veras Sales (UFC)
    Gênero e juventudes: diversidade do viver tecnológico
    Uma das formas mais recentes de encontro e comunicação de jovens é o ciberespaço, ao se conectarem em circuito e de forma rizomática, rompem as fronteiras de sua comunidade, da sua cidade e buscam espaços de interação. Essa noção de comunidade virtual não se aplica a comunidade com sentido de solidariedade, do “tipo ideal” de Weber (1987), mas também não exclui o pertencimento e a relação entre seus participantes. Mesmo com toda interatividade da internet, de sites com ofertas de e-mails gratuitos, lan house e programas de inclusão digital, não se pode desconhecer que muitos jovens pobres estão excluídos deste viver tecnológico. As diferenças no que concerne ao gênero, a classe social, a geração e a geografia, transparecem na acessibilidade, interatividade e ao mesmo tempo na exclusão digital. Assim, esta investigação analisa as formas de utilização da internet pelos jovens e pelas jovens em uma escola da periferia de Fortaleza e em um assentamento rural com inclusão digital no município de Canindé, no Ceará. Quais as singularidades do acesso no que se refere ao campo e a cidade? A internet funciona para as juventudes rurais e urbanas como dispositivo pedagógico, cultural e de relacionamento? Como a questão de gênero interfere no trato dessas novas ferramentas?
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  • Maria Madalena Gracioli (FEItuverava), Maria Lucia Vannuchi (UFU)
    As marcas das relações de gênero nas trajetórias e projetos de vida de jovens cortador@s de cana
    Este texto resulta de uma leitura de gênero de uma pesquisa em andamento, intitulada “Entre o passado e o futuro: trajetórias de vida e projetos de futuro de jovens cortadores de cana da região de Ribeirão Preto – SP”. A seleção de jovens pesquisad@s foi realizada de forma aleatória e como recursos metodológicos foram utilizados formulários, entrevistas semi-estruturadas e grupos focais. O texto focaliza a interseccionalidade de gênero e juventude, categorias analíticas e constructos sociais, e tem como marcos teóricos os estudos sobre a juventude de José Machado Pais e Carles Feixa, ancorando-se também nas teorias de gênero, com ênfase no referencial de Joan Scott, e na teoria das relações sociais de sexo, sobretudo Danièle Kergoat, posto que, sendo os sujeitos sociais da pesquisa, cortador@s de cana, não se pode deixar de abordar a imbricação dos marcadores sexuais e etários, com classes sociais. A análise dos dados e depoimentos, até então coletados, permite constatar aspectos sexuados das trajetórias de vida e do percurso profissional, das subjetividades, das representações, das expectativas e dos projetos de futuro d@s jovens cortador@s de cana pesquisad@s.
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  • Débora Mate Mendes (UNIJUÍ), Marlo dos Reis
    Gênero e êxodo: a problemática das jovens agricultoras familiares
    A escrita desse trabalho pretende colocar em questão as Relações de Gênero na Agricultura Familiar, em específico na Juventude. A reflexão proposta perpassa o espaço da unidade produtiva familiar, a divisão do trabalho construída historicamente e suas conseqüências, principalmente no que se refere ao êxodo rural vivido significativamente pelos Jovens e de forma mais acentuada por Jovens Mulheres. Além disso, propõe uma reflexão a respeito da identidade e subjetividade desses sujeitos, homens e mulheres, suas formas de significar a vida e o trabalho no espaço de sua inserção. Nesse sentido, discutir a realidade enfrentada por esse público a partir das falas de Jovens vinculados ao Coletivo de Jovens da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul – FETRAF SUL/CUT, a luz da bibliografia disponível acerca da temática.
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  • Franciele Becher (UCS), Nilda Stecanela (UCS)
    O jogo do eu para jovens em privação de liberdade
    Neste trabalho trazemos reflexões produzidas na pesquisa “Ler e escrever a vida: trajetória de jovens em privação de liberdade”. O corpus é composto por narrativas escritas, na troca de cartas entre os jovens e os pesquisadores, para identificação dos processos identitários dos jovens em conflito com a lei. O estudo busca categorias emergentes no material empírico, construído de forma interativa com os jovens ao longo de oito meses. Nos rastros das identidades juvenis narradas em contextos específicos de socialização, analisa narrativas sobre como ocorre a estruturação do eu juvenil afastado da interação com o mundo externo. É no interior de uma instituição de socialização, com elevado grau de disciplinamento e rotinização das práticas juvenis que o jogo do eu se manifesta, evidenciando uma concorrência entre os polos estruturadores das identidades dos jovens pesquisados. Os múltiplos pertencimentos às categorias: jovem, aluno, prisioneiro, homossexual e drogado remetem às análises de Stuart Hall ao afirmar que as identidades são construídas por meio da diferença e não fora dela. Portanto, a pesquisa entrelaça pressupostos teóricos, num estreito diálogo com os objetivos e perguntas que a motivam, sem descurar dos seus interlocutores empíricos: os jovens em privação da liberdade.
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Breitner Luiz Tavares (UFAL)
    Masculinidade no contexto hip hop
    Este trabalho propõe verificar como o jovem constrói vínculos de sociabilidade, a partir da sexualidade masculina, voltados para o relacionamento afetivo, que expressa construção de papéis sociais sexuais femininos e masculinos. Para isso, será feita uma abordagem do problema referente à marginalização da juventude de comunidades localizadas na periferia do Distrito Federal, tendo por referência algumas de suas cidades, mais precisamente, Ceilândia. O recorte analítico para se observar o tema é o estilo de vida, em torno da cultura hip-hop praticada por jovens no Distrito Federal, compreendido como mecanismo produtor de suas orientações coletivas e visão de mundo.
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  • Raquel Souza dos Santos (Ação Educativa - Assessoria, Pesquisa e Informação)
    "Ser homem": percepções, significados e narrativas de rapazes negros e pobres da cidade de São Paulo
    O trabalho discute os processos de socialização de rapazes negros oriundos de camadas populares da cidade de São Paulo. Resulta de uma pesquisa realizada, ao longo de 2007 e 2008, no âmbito do programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de mestre, sob orientação Professora Doutora Marília Pontes Sposito. A partir de entrevistas coletivas com quatorze jovens e de entrevistas individuais com três deles, buscou-se verificar modulações nas percepções sobre a masculinidade e os modos como rapazes articulavam concepções acerca das relações de gênero e de raça. Em um segundo momento, tentou-se captar experiências vividas em diferentes âmbitos e como essas se constituíram em aprendizagens singulares para forjar determinados sentidos e significados sobre masculinidade. Do ponto de vista teórico, parte-se da análise das noções de masculinidade, gênero e raça como produções culturais e históricas em constante mutação e que são apreendidas pelos sujeitos ao longo de suas vidas em um processo constante e ininterrupto. Para entender esse processo de aprendizagem a análise se baseou no conceito de socialização desenvolvido por Peter Berger e Thomas Luckmann e no conceito de individuação e suporte de Danilo Martuccelli.
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  • Nora Friederike Hoffmann (MLU Alemanha)
    Como tomar o papel do "Homem" - jovens turco-alemães na Alemanha
    O presente artigo tem por objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa sobre o cotidiano de jovens alemães com descendência turca. No foco deste projeto fica o desenvolvimento da masculinidade nesse grupo de jovens num meio muçulmano. A pesquisa foi realizada em outono de 2008 no oeste da Alemanha com um grupo de três turco-alemães de cerca de 13 anos, residentes numa região industrialmente bem desenvolvida e com uma grande população muçulmana. Os mecanismos que esses jovens utilizam para tomar o papel de "homem" são por um lado batalhas de "xingamento" com uma conotação sexual que surgiram num grupo de discussão e foram observadas na etnografia. Por outro lado, pode ser observado numa foto analisada pela autora, um modo especifico de procurar o contato corporal com os amigos que prova, ao mesmo tempo, a heterossexualidade dos jovens.
  • Paula Pinhal de Carlos (UFSC), Mara Coelho de Souza Lago (UFSC), Miriam Pillar Grossi (UFSC)
    "Sou para casar" ou "pego, mas não me apego"?: um estudo sobre amor e jovens
    Este trabalho possui como temática o amor e a juventude na contemporaneidade e está calcado na intersecção entre juventudes, gênero e sexualidade. Ele busca verificar quais são as práticas afetivas e sexuais de jovens e parte de autores como Anthony Giddens e Zigmunt Bauman, que observam que há uma transformação no modelo de amor romântico, que toma configurações mais fluidas, expressas nas categorias “amor confluente” e “amor líquido”. Para tanto, foram efetuadas observações e oficinas com jovens, estudantes de uma escola pública localizada em Porto Alegre/RS. Objetivou-se verificar se há diferenças de gênero nas práticas afetivas e sexuais desses jovens e qual é a noção de amor que os direciona em seus relacionamentos afetivos. Percebeu-se que há uma emergência de novos modelos amorosos, que conjugam as noções de amor romântico, mais presentes nos ideais, e amor líquido, presentes sobretudo nas práticas. Dessa forma, pode-se dizer que as práticas afetivas e sexuais desses jovens parecem estar mais próximas do modelo do amor líquido, no que tange ao caráter mais descartável dos relacionamentos, mas permaneceria viva, principalmente para as jovens, a busca do amor, calcado em grande parte na figura da cara-metade e na invencibilidade do sentimento amoroso.
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  • Milton Ribeiro da Silva Filho (UFPA), Carmem Izabel Rodrigues
    Entrando, saindo ou permanecendo no “armário”: o coming out de jovens homossexuais masculinos em Belém-PA
    Neste trabalho fiz considerações acerca da “política do armário” e da construção do ethos homossexual entre jovens homossexuais masculinos na cidade de Belém-PA. A escolha metodológica, feitas através de entrevistas não estruturadas e observação participante, se deu com o objetivo de estabelecer uma conexão entre as referências simbólicas e a realidade prática dos indivíduos homossexuais, analisando o “armário” a partir das experiências narradas e vivenciadas por pessoas que identificavam a juventude como um aspecto importante no processo de “saída do armário”. Apoiando-me em autores como Gonçalves (1988) Sedgwick (2007) e Saggese (2006) pude considerar que o “problema do armário” ainda é um grande obstáculo na busca por direitos à identidades que fujam da “heterossexualidade compulsória” (Butler, 2003).
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Thiago Barcelos Soliva (UFRJ)
    Família e homossexualidade: uma análise da violência doméstica sofrida por jovens homossexuais
    Esta investigação objetiva problematizar a violência intrafamiliar sofrida por jovens homossexuais. Foram ouvidos 30 jovens do sexo masculino que se autoidentificam como gays. Estas entrevistas tiveram um formato semi-aberto, tendo como eixo central as experiências de violências, entendidas como expressões da discriminação, exclusão e agressões sofridas ao longo das trajetórias de vida desses jovens. Privilegiamos conhecer as experiências de violência que encontram na família seu principal agente perpetrador. Percebemos que a casa, ou seja, o espaço onde são estabelecidas as relações mais íntimas entre os jovens estudados e os seus familiares se apresenta como um lócus de grandes tensões. Essas tensões se estabelecem, quase sempre, quanto ao reconhecimento de uma suposta homossexualidade em seus filhos. A descoberta da homossexualidade pelos familiares e, sobretudo por eles mesmos, movimenta entre esses jovens todo um conjunto de medos que se expressam em formas concretas de violência, sofrimento psíquico e variadas incertezas. Procuramos compreender como esses jovens lidam com as agressões e sofrimentos que cotidianamente recaem por sobre suas vidas, agindo de encontro ao um esforço coercitivo que seus familiares empreendem para os adequarem a norma sexual hegemônica.
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  • Aristóteles de Paula Berino (UFRRJ)
    A Boneca de Descartes e a Gaiola das Popozudas: vozes femininas do funk carioca & proibidão
    Este trabalho pretende discutir a presença das vozes femininas juvenis nos chamados funks proibidões e funks sensuais, refletindo sobre o conteúdo crítico das suas narrativas e poesias. Destacando uma das vozes expoentes do feminismo no funk, o trabalho dá ênfase, sobretudo, ao agenciamento político e artístico da Gaiola das Popozudas. Estudando algumas das suas músicas, a partir de uma perspectiva epistemológica assistida pelo estudo no/do/com o cotidiano escolar e receptiva aos chamados estudos culturais, é possível questionar a recorrente visão de carência literária e analítica das produções periferizadas e marginais, demonstrando, no âmbito específico dessa investigação, a potência compreensiva de algumas dessas criações na avaliação da vivência feminina no mundo contemporâneo. Criações que penetram no cotidiano escolar, atravessam seus sujeitos e provocam a necessidade de um pensamento vivaz para responder aos desafios da educação na atualidade.
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  • Alexandre Jackson Chan Vianna (Ministério do Esporte)
    Identidades em jogo numa turma de futebol de mulheres
    Projetos sociais cada vez mais aparecem como alternativa de ação para enfrentamento das desigualdades sociais. O esporte nesses programas é visto como atividade atrativa para inclusão e educação de crianças e jovens, entretanto, nem sempre se está atento para suas interações. Este trabalho pretende demonstrar como uma turma exclusiva de mulheres se constitui pelas disputas identitárias em um desses projetos. Os dados têm origem em “observação participante” (BECKER, 2007). Os sujeitos são mulheres adolescentes e jovens praticantes de futebol, de um centro esportivo do subúrbio do Rio de Janeiro, com atividades orientadas por professores de educação física. O objetivo é revelar as identidades em jogo para as praticantes permanecerem naquela atividade. Para tanto, foi dada voz e observado as interações das líderes e das novas pretendentes a ingressar na turma. Os resultados apontam a turma de futebol como área reservada do estilo de vida das líderes, com grande seletividade; mas também como espaço/tempo de luta identitária para afirmação de uma expressão de feminilidade desviante da norma. Identidades de gênero, geração, classe social, bem como, desempenho esportivo e habilidade social se combinavam para que cada nova pretendente pudesse ser aceita.
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  • Angela Maria de Souza (UFSC)
    Repensando as relações de gênero através das práticas musicais de jovens: o movimento hip hop
    Este resumo parte de pesquisas sobre o Movimento hip hop realizadas por Souza (1998 e 2009) junto aos rappers da Grande Florianópolis, mais especificamente sobre questões que envolvem as relações de gênero na diáspora (Hall 2003). Há uma significativa produção musical feminina com a proposta de discutir questões relacionadas a mulher e se posicionar perante práticas e produção musical masculina sobre as mulheres. Embora o número de mulheres no Movimento hip hop seja bastante reduzido, a prática de pesquisa nos mostra que a presença delas é muito mais expressiva do que as músicas e imagens apontam. Recentemente, é possível perceber que algumas musicas anunciam mudanças relativas a inserção das mulheres na prática musical dos rappers homens. Para além da oposição “santa” ou “puta”, presente em muitos raps, o que aqui se coloca são outras formas de representar as mulheres e que complexificam algumas relações decorrentes das práticas delas no Movimento hip hop. Mais do que ausências, podemos falar sobre invisibilidades que são construídas sobre a presença das mulheres nesta prática estética (Ferry 1994) e na construção de estilos (Feathestone 1995) de rap mas também de reelaborações estético-musicais que ampliam o debate sobre as relações de gênero, étnico-raciais e classe social.
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