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76.1 Violência e gênero

Coordenador@s: Ana Alice Alcântara Costa (UFBA), Ana Rita Fonteles Duarte (UFC)
Neste Simpósio Temático os trabalhos foram agrupados tendo como eixo a violência lida de diferentes áreas de pesquisa, montando, portanto, um quadro interdisciplinar. A interlocução destes saberes pode possibilitar a troca de experiências sobre os estudos de Gênero e a Violência, ampliando e compartilhando pesquisas que possam ser pensadas como forma de ação política e base de políticas públicas.

Local: Sala 05 do CSE

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Alcione do Socorro Andrade Costa (UFPR), Neiva Furlin (UFPR)
    Memórias esquecidas de corpos violentados ou a violência de gênero narrada pelo corpo
    O presente ensaio tem por objetivo apresentar uma etnográfica a partir das memórias narradas pelos corpos das mulheres que freqüentaram ou visitaram o Centro Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA), no período de Maio de 2008 à Janeiro de 2009. Nessa narrativa os corpos femininos apresentam-se como sujeito e revelador de violências fisicas e simbólicas imposta as mulheres. Destacamos, que as memórias aqui narradas pertencem a mulheres brancas, de classe média e de nível de formação superior, ou seja, trata-se da revelação de uma violência silenciada em função de um status social, que pressupõe a ausência de amparo legal e de mecanismo de segurança as mulheres, que entre a públicidade de sua dor e o silenciamento, "optam" pelo segundo. Assim, apenas o corpo retém essa memória e o revela a partir de sua cartografia, transformada neste trabalho em escrita etnográfica.
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  • Bruna Meurer (PUC - RS), Marlene Neves Strey (PUC - RS)
    Mulher, bullying e trabalho: desvelando desigualdades de gênero
    O objetivo deste estudo é desvelar os sentidos atribuídos ao bullying, haja vista os reflexos do Capitalismo e do individualismo, através dos discursos de mulheres que vivenciaram esse fenômeno e trazer à cena as questões de gênero que se inscrevem nesse processo. As participantes são 6 mulheres residentes na cidade de Porto Alegre/RS. A seleção das entrevistadas foi realizada através da técnica Snowball Sampling. O delineamento dessa pesquisa foi qualitativo e a coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas em profundidade. Após a transcrição, estas foram submetidas à Análise de Discurso. A produção discursiva em torno do bullying revelou significações perpassadas pelos discursos psicológicos, acadêmicos e midiáticos produzidos sobre bullying no Brasil e no mundo. Esses discursos na maior parte das vezes são sexistas, e deslocam o foco de análise do coletivo para o individual e tendem a adentrar no território normativo da patologização dos sujeitos. Evidenciamos assim, que múltiplas relações de poder se fazem presentes nos contextos organizacionais que precisam ser desnaturalizadas, interrogadas e desconstruídas para que assim possamos visualizar outros caminhos para as mulheres que não os engendrados por tecnologias como o bullying.
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  • Auri Donato da Costa Cunha (UEPB), Adaires Eliane Dantas dos Santos
    Violência domestica: um estudo na DEAM cidade de Campina Grande-PB
    A presente pesquisa foi realizada na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher na cidade de Campina Grande, tendo por objeto de estudo a violência doméstica contra a mulher na referida cidade a partir dos atendimentos na DEAM/CG. Procurou-se identificar os fatores que contribuem para o surgimento dessa prática no âmbito familiar, bem como detectar o índice de violência que estas mulheres foram submetidas. Reconhecendo o marco e a inovação da lei 11340/06 no campo dos direitos da mulher e no tratamento desse crime, foi realizada uma análise sobre esta lei para averiguar se de fato ela vem se constituindo como um avanço no sentido de incentivar as vítimas a denunciarem os agressores e se ao contrario das políticas anteriores está sendo executada com compromisso e seriedade pelas instituições afins na realidade pesquisada. Constatou-se que a lei Maria da Penha ainda estar em fase de adaptação no município, a ausência de uma equipe multidisciplinar na DEAM/CG, dos Juizados Especiais de Violência Doméstica e familiar, bem como o registro de poucas instituições devidamente especializadas para prestarem assistência as mulheres e contribuírem para erradicação deste crime na cidade, comprovam esse fato.
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  • Celina Márcia Ferreira Ribeiro Barreto de Almeida Rangel (Faculdade de Medicina de Campos), Elzira Lúcia de Oliveira
    Violência contra as mulheres: fatores precipitantes e perfil de vítimas e agressores
    A violência contra a mulher é derivada da desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres que privilegia o homem na sociedade (SAFFIOTI, 2004). Estudos sobre a violência de gênero podem os fatores de risco, a distinção de grupos mais vulneráveis e as tendências para nortear ações públicas mais eficientes nos seus diversos contextos (DESOUZA, 2000).
    Este trabalho identificará os principais fatores precipitantes da violência de gênero. Para atingir o objetivo proposto, utilizou-se como objeto de investigação empírica dos dados obtidos a partir das fichas de atendimento do Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (NIAM) em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Os dados permitem ainda construir o perfil sócio-demográfico das mulheres vítimas de violência de gênero e dos agressores.
    O principal fator precipitante da violência foi o álcool, seguido pelo ciúme, e que a ameaça e a lesão corporal foram os tipos de violência mais freqüentes praticados contra as mulheres. Porém, o medo do agressor, em decorrência da sua proximidade, dificulta a denúncia e o rompimento com o ciclo de agressão. A violência acomete, principalmente, mulheres adultas e com filhos, a maioria delas não se encontra inserida no mercado de trabalho e nem recebem benefícios sociais.

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  • Alexandra Filipak (UFFS), Katia Cristina Dias da Costa (Secretaria do Estado da Educação do Paraná)
    Narrativas, registros, vídeos e memórias: preconceitos e violências de gênero do tempo recente nos relatos de professoras/es-tutoras/es do Curso Gênero e Diversidade na Escola
    Este artigo propõe discutir os registros em vídeo das narrativas realizadas no contexto da seleção de professoras/es-tutoras/es para a realização do Curso de Gênero e Diversidade na Escola (GDE) de formação de professoras/es, realizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e Secretaria de Estado da Educação do Paraná (2009-2010). Na interação/mediação entre professoras/es-pesquisadoras/es e candidatas/os a professoras/es-tutoras/es, esse trabalho compreendeu a realização de entrevistas orais e a gravação das mesmas em vídeo nas temáticas de gênero, diversidade e preconceito. Dessas entrevistas resultou o registro de narrativas em torno das vivências pessoais ligadas ao preconceito e violências de gênero e diversidade. As gravações são registros da memória de um tempo recente que a partir da oralidade e do relato de experiências pessoais se transformam em documentos de vídeo enquanto práticas discursivas que cumprem um papel de disputa das memórias e narrativas em torno das questões de gênero e diversidade. As análises das narrativas têm como foco compreender como o preconceito e violências de gênero estão presentes nas diversas memórias de homens e mulheres e como os documentos produzidos a partir das narrativas disputam as memórias e (re)constróem identificações de gênero.
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  • Andréa Pacheco de Mesquita (UFBA)
    As Maria que não calam: perfil das mulheres vítimas de violência após a implementação da Lei Maria da Penha em Maceió/AL
    O Projeto AS MARIAS QUE NÃO CALAM: Perfil das mulheres vítimas de violência após a implementação da Lei Maria da Penha em Maceió/AL visa conhecer o perfil das mulheres que denunciaram seus agressores a partir do período de vigência da Lei Maria da Penha setembro de 2006 a setembro de 2009, como forma de denunciar e socializar informações sobre a violência doméstica cometida contra a mulher. O nosso intuito é identificar a partir dos BO´s e das informações contidas neles os limites e possibilidades dos atendimentos prestados as mulheres pelos órgãos competentes. Este trabalho se baseará na pesquisa-ação na qual iremos junto aos profissionais envolvidos no atendimento às mulheres violentadas travar debates, discussões e capacitações acerca da importância de um trabalho comprometido com o conhecimento e publicização dos dados, no intuito de caminhar para uma mundo sem violência.
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  • Alessandra Daniely Costa Maia (UCB)
    Cada dia na batalha e a batalha de cada dia: psicodinâmica do trabalho e sofrimento psíquico na trajetória de travestis e mulheres transexuais que se prostituem
    Os movimentos LGBT e pesquisas realizadas nos anos recentes denunciam as diversas formas de violência a que são submetidas mulheres transexuais e travestis em situação de prostituição. Agressões físicas, verbais, psicológicas, sexuais e outras são relatadas como frequentes no espaço de exercício da prostituição. A partir de pesquisa etnográfica e entrevistas semi-estruturadas com mulheres transexuais e travestis em situação de prostituição no DF, esse trabalho investiga as várias formas de sofrimento psíquico que decorrem das violências sofridas nos espaços de prostituição. Partindo das significações dadas por essas sujeitas à prostituição, suas definições de trabalho e as categorizações utilizadas por elas para definir e teorizar as violências sofridas e seu sofrimento psíquico, aproximo-me das discussões sobre resiliência e psicodinâmica do trabalho pensando as possibilidades e limites dessas teorias para interpretar as formas como elas vivenciam o exercício da prostituição como trabalho. Por fim, interpelada pelas experiências que algumas entrevistadas tiveram ao buscar tratamento psicológico para lidar com o sofrimento decorrente das violências a que foram submetidas, lanço o olhar para o papel da psicologia enquanto crítica ou perpetuadora das violências transfóbicas
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Juliana Medeiros da Silva (Governo do Estado do Espírito Santo)
    Atendimento às mulheres em situação de violência doméstica: análise de uma casa abrigo
    Este artigo originou-se de minha dissertação de mestrado e se propõe a apresentar e analisar as discussões em torno do modelo de atendimento do serviço casa-abrigo para mulheres em situação de violência doméstica. No centro das discussões estão: as características e implicações do período de abrigamento; encaminhamento; acolhimento; atendimento psicossocial; demais atendimentos e encaminhamentos a outros serviços; e período de desabrigamento. Como balizamento para a discussão acima citada é utilizado como referência o Protocolo de Orientações e Estratégias para Implementação das Casas Abrigo assim como estudos realizados anteriormente sobre o tema. Também foi realizada pesquisa em um abrigo de um estado brasileiro através de entrevistas semi-estruturadas com as abrigadas e funcionárias, além de observação in locu. O serviço casa-abrigo é de grande importância no atendimento à mulher em situação de violência doméstica aguda, devendo abrigar e proteger, além de proporcionar a promoção de condições de autonomia que contribuam para uma possibilidade de vida não permeada pela violência. Contudo, ainda são grandes as limitações institucionais, principalmente as relacionadas com a articulação com os serviços da rede de atendimento e a efetiva implementação da Lei Maria da Penha.
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  • Juliana Ribeiro de Vargas (UFRGS)
    Conflitos entre alunas na contemporaneidade: apontamentos e perspectivas
    Neste trabalho, busco apresentar e problematizar posturas de alunas de uma escola pública que diferem de comportamentos habitualmente relacionados à infância feminina. São exemplos de tais posturas o modo sensual de vestir e andar dessas alunas, as enfáticas expressões utilizadas por elas e as situações de violência física e verbal nas quais envolvem-se com frequência. E são algumas dessas situações de violência que me proponho a problematizar nesse trabalho, constituído de um recorte de minha Dissertação de Mestrado. A partir das perspectivas dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero, em uma abordagem pós-estruturalista, entendo os comportamentos das meninas como constituídos na cultura e no interior de práticas discursivas específicas (HALL, 1997). A partir das análises realizadas, foi possível perceber que os conflitos entre as alunas investigadas não ocorriam ao acaso, uma vez que o envolvimento em tais situações poderia ser relacionado a um sentimento de valoração e de reconhecimento pela comunidade na qual as alunas estavam inseridas. Entendo que muitos outros comportamentos de meninas poderiam ser problematizados; não em busca de soluções mágicas e imediatas, mas sim procurando dar visibilidade para atitudes que ainda, em muitas escolas, são tão somente criticadas.
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  • Fernanda Sardelich Nascimento Gomes (UFPE), Rosineide de Lourdes Meira Cordeiro (UFPE)
    Namoro e violência: a compreensão dos jovens sobre esse fenômeno
    Embora a violência entre namorados seja um fenômeno existente, o foco das pesquisas sobre violência nas relações tem sido, em sua maioria, voltados para violência conjugal e familiar. Este trabalho discute e analisa a violência no namoro de jovens de grupos populares e camadas médias, moradores de Recife. O argumento defendido é o de que a violência não é do namorado ou da namorada, mas sim da relação, para a qual apresenta significados. Foram realizadas vinte e duas entrevistas semi-estruturadas, com jovens entre 18 e 29 anos, que consideravam namoro seus relacionamentos, divididos em jovens de grupos populares e jovens de camadas médias. Os(as) jovens entrevistados(as) compreendem a violência como sendo mais do que física, entretanto, não reconhecem como violência proibições, controle e cerceamento da liberdade do outro, bem como a troca de xingamentos e tapas, que muitas vezes são encarados como brincadeiras. Entre os motivos para a invisibilidade da violência na relação, destaco: 1) a concepção amorosa dos jovens; 2) a compreensão de alguns desses jovens de que a violência é restrita apenas ao âmbito físico; 3) a compreensão sobre as normas presentes no namoro.
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  • Cibele Cheron (UFRGS), Elena Erling Severo (UFRGS)
    Apanhar ou passar fome? A difícil relação entre dependência financeira e violência em Porto Alegre, RS
    A presente comunicação debate a permanência das mulheres em situações de violência conjugal pela dependência financeira de seus companheiros/agressores. A longa permanência em relacionamentos abusivos, em grande parte, está vinculada à falta de recursos para prover a si e a seus filhos, bem como a falta de lugar para onde ir. A fim de efetuar a análise, de abordagem qualitativa, foram avaliados prontuários de atendimentos de mulheres em situação de violência conjugal efetuados pela ONG Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, em Porto Alegre, RS. O estudo identifica a dependência financeira como parte do sistema de dominação do homem sobre a mulher, numa assimetria de poder fundamental à manutenção da cultura patriarcal e suas imposições.
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  • Elisa Girotti Celmer (FURG)
    Sistema penal e relações de gênero: uma análise de casos referentes à Lei 11.340/06 na Comarca do Rio Grande/RS
    Este artigo decorre do projeto de pesquisa “Relações de Gênero e Sistema Penal: Violência e Conflitualidade nos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher”, que está sendo desenvolvida com apoio do CNPq. O objetivo do presente trabalho foi identificar os elementos que configuram as relações de gênero nos casos encaminhados ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar na Comarca do Rio Grande, buscando compor o perfil das partes envolvidas, os motivos que levaram à violência e as expectativas e resultados obtidos por meio do Juizado. No mês de junho de 2009, foi realizada pesquisa de campo sobre a percepção de mulheres vítimas de violência e seus supostos agressores sobre o tratamento dado ao caso na 2ª Vara Criminal do Foro da Comarca do Rio Grande. Tratou-se de uma pesquisa quali-quantitativa, cujo corpus foi construído utilizando-se de técnicas de entrevistas estruturadas e observação de audiências, além de pesquisa bibliográfica. Esse tipo de metodologia foi escolhida pelo interesse em abarcar os aspectos sócio-culturais das pessoas envolvidas no conflito, suas diferentes perspectivas a respeito do fenômeno da violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como de que forma o judiciário lida com as relações de gênero implícitas nesse fenômeno violento.
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  • Lidia Noemia Silva dos Santos (PUC - SP)
    Gangues juvenis e relações de gênero na cidade de Fortaleza (1950-1960)
    Durante os anos de 1950, em Fortaleza, o noticiário da imprensa local passou a insistir na denúncia de crimes e delitos cometidos por gangs formadas por jovens de classe média alta, que viriam a ser conhecidos como rabos-de-burro. Tratavam-se de brigas de ruas, furtos de carro, atos de vandalismo e, principalmente, crimes de sedução e estupro. Nessa apresentação, buscarei historicizar o aparecimento desses grupos juvenis (exclusivamente masculinos) e sua atuação na cidade Fortaleza. As principais fontes de consulta são o noticiário dos órgãos de imprensa e documentos produzidos pela Polícia e o Poder Judiciário. O enfoque da análise buscará se apoiar na categoria de gênero como meio de compreender a formação e atuação desses grupos. As relações de homossociabilidade na formação de gangues juvenis, a violência sexual como meio de demarcar poder e identidades de gênero e os conflitos de geração e gênero do período em questão, serão os pontos destacados.
  • Giselle Maria Nanes Correia dos Santos (UFPE), Fernanda Sardelich Nascimento Gomes (UFPE), Rosineide de Lurdes Meira Cordeiro (UFPE)
    Entre o rural e o urbano: (Im)possibilidades de enfrentamento a situações de violência para mulheres rurais do sertão de Pernambuco
    O objetivo deste trabalho é identificar e analisar os recursos acionados pelas mulheres rurais para o enfrentamento de situações de violência contra as mulheres na zona rural do Sertão de Pernambuco, tendo em vista as possibilidades oferecidas na região que, em linhas gerais, se caracteriza pela escassez de serviços especializados no acompanhamento de tais casos. Trata-se de um recorte da pesquisa Violência Contra Mulheres em Contextos Rurais em Pernambuco desenvolvida no Núcleo de Família, Gênero e Sexualidade (FAGES/UFPE). As informações discutidas neste trabalho foram colhidas em grupo de discussão realizado em São José do Belmonte com aproximadamente 15 mulheres residentes na zona rural do município. Destaca-se no discurso das mulheres a impunidade que circunda a situação, expressa pela ineficácia e descaso dos meios acionados para solucionar o problema, que parecem reproduzir a situação de violência. Delegacias e serviços de saúde são referidos como instituições buscadas, mas pouco eficientes, nas quais as queixas não dão em nada e há sub-notificação. Desta forma, família, amigos, vizinhos e o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais são citados como principais fontes de apoio, já que possibilitam às mulheres refletir, se fortalecer e rever seus comportamentos frente à
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Lilith Kraushaar Henriquez (Universidad Católica del Norte)
    Hallazgo, exhibición y clasificación de los crímenes de “la mujer de Botas Negras” y “la Mujer Fondeada” en el norte de Chile (1969-1983)
    Las fotografías de los cadáveres de dos mujeres asesinadas, clasificadas de prostitutas, se transformaron en una pieza clave para la identificación y control de estos y “otros” cuerpos considerados como “problemas sociales” por la policía y la prensa de dos ciudades del norte de Chile -Calama y Antofagasta- entre 1969 y 1983. Nuestro análisis de estas imágenes se realiza en torno a la construcción y puesta en escena del “registro de mensajes” por agentes que producen “extorsiones figurativas” de las fotografías, las que son presentadas en relatos con connotaciones que sirven de soporte, de “valor de indicio” y generan un “cuerpo del delito”. En estas imágenes, el encuadramiento “pornográfico” muestra la disección escritural de un cuerpo en sus partes, y de una mujer en órganos sin género. La disección de la “cosa-cadáver” busca un criterio de diferencia y de individuación, dirigido a fundamentar la “filiación”, el reconocimiento o la asignación de identidad como entidad perteneciente a un Estado. Sin embargo, es precisamente a partir de ese momento de afirmación del poder vertical del Estado que se advierten las relaciones horizontales de los habitantes de estas ciudades, que se movilizan en el re-conocimiento de lo que se puede hacer y decir sobre estos cuerpos en particular.
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  • Morjana Britto Peçanha (UNISUAM), Fabiano Pries Devide
    A prática pedagógica em relação ao bullying homofóbico nas aulas de Educação Física escolar: o discurso dos docentes do primeiro segmento do ensino fundamental
    Esta pesquisa qualitativa, caracterizada por um estudo de caso, teve como objetivo investigar como os docentes atuam para minimizar o bullying homofóbico nas aulas de Educação Física Escolar (EFe) no primeiro segmento do ensino fundamental. Foi realizada em uma escola particular do município do Rio de Janeiro e os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada com cinco informantes, licenciados em Educação Física (EF), que ministram aulas na instituição. Após a análise de conteúdo do discurso dos informantes, concluímos que o grupo não conhece a expressão bullying, apesar de identificar ações discriminatórias nas aulas de EFe, assim como atos de bullying e bullying homofóbico. Os docentes buscam minimizar o bullying com o foco no respeito e na inclusão.
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  • Raquel Wiggers (UFSC), Consuelena Lopes Leitão (CREAS - AM), Diana Wiggers De CArli
    Violências e abusos sexuais: uma reflexão sobre a possibilidade de criação de mecanismos de ruptura destes problemas sociais
    A proposta deste trabalho é partir de histórias de homens e mulheres envolvidos em situações de violência sexual contra mulheres e crianças ocorridas no Amazonas nos últimos cinco anos, para fazermos uma reflexão sobre os atendimentos aos casos de abuso e violência sexual. Partimos de duas bases diferentes: as histórias de vida de pessoas atendidas no CREAS-Manaus e os romances A hora e a vez de Augusto Matraga e Grandes Sertões Veredas. Homens, mulheres e crianças que vivenciaram situações de violência sexual, seja como vitima ou agressor, recebem atendimento psico-social no CREAS após denúncia no conselho tutelar ou delegacia. Neste exercício inovador de atendimento aos agressores precisamos refletir sobre como a sociedade brasileira costuma tratar os homens que abusam sexualmente de mulheres e crianças. Recorrer à literatura como fornecedora de elementos de análise é resultado desta necessidade de se percorrer discursos sociais que tratam destes casos. Refletir sobre situações de violência sexual com base nos referidos romances pode nos dar subsídios para criação de mecanismos de ruptura para situações em que abusos sexuais são tidos como estruturantes de relações hierárquicas entre homens, mulheres e crianças.
  • Márcia Regina Pereira de Sousa (UDESC)
    ‘Ninho de silêncio’: dois livros de artista e muitos silêncios
    ‘Ninho de silêncio’ (2008) é um projeto artístico desenvolvido por mim, que se iniciou em outubro de 2007, e cujo primeiro resultado constituiu-se na produção de livros de artista. O argumento trabalhado no interior dos livros está relacionado à violência sexual masculina infligida ao corpo feminino, e deu-se a partir de longo processo de pesquisa e ação. ‘Ninho de silêncio’ é um trabalho que nasceu da indignação diante das notícias veiculadas cotidianamente a respeito de mulheres violadas, abusadas, espancadas e até assinadas por seus maridos, namorados, companheiros, pais, clientes. Ou por desconhecidos, ou por soldados numa guerra. Esse ensaio é um relato de meu processo de trabalho, no qual construo diálogos textuais e visuais com vozes de mulheres vítimas de violação sexual. Como tais relatos são extremamente raros, suponho que para cada relato expresso, existam milhares de outras vozes tornadas mudas por medo e vergonha. E por isso passei a compreender o corpo dessas mulheres como ‘ninhos de silêncio’. No texto, traço também relações com as atitudes e procedimentos de outras artistas visuais que discutem essas questões, como Jane Evelyn Atwood, Suzanne Lacy e Jenny Holzer.
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  • Nayara Teixeira Magalhães (UnB), Gláucia Ribeiro Starling Diniz (UnB)
    Lei Maria da Penha: projeto interdisciplinar de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. Uma experiência dialógica entre universidade, comunidade e judiciário
    O Projeto de Extensão Atendimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar, voltado à proteção integral prevista na Lei 11.340/06, visa ao enfrentamento da violência doméstica contra a mulher por meio de uma proposta de atuação interdisciplinar. Consiste em uma parceria entre Faculdade de Direito e Departamento de Psicologia Clínica da UnB em que, mediante uma perspectiva teórica de estudos de gênero, violência, saúde mental e criminologia crítica, realizam-se acompanhamentos e intervenções psicológicas e jurídicas a mulheres da Ceilândia/DF em situação de violência. São feitos atendimentos agendados, no Núcleo de Prática Jurídica da UnB, e em audiências no fórum de Ceilândia. Neles, promove-se acolhimento diferenciado para que essas mulheres identifiquem os riscos em que vivem e se percebam como sujeitos de direito, sendo fortalecidas a buscar alternativas de superação. Nesse contexto, professoras, profissionais e alunas/os dialogam a partir de demandas que surgem na comunidade e no Judiciário para refletirem sobre a complexidade do tema e para desenvolverem um trabalho mais completo e eficiente possível. São promovidas ações que integram ensino, pesquisa e extensão e que fomentam o diálogo interdisciplinar. O Projeto constitui, assim, um desafio aos vários campos de formação, ampliando as competências de articulação de saberes no combate à violência de gênero.
  • Perla Cristina da Costa Santos do Carmo (UNIABEU), Fernanda Gomes de Andrade de Moura
    Violência doméstica: a difícil decisão de romper ou não com esse ciclo
    O presente artigo busca analisar porque as mulheres vítimas de violência domésticas atendidas na Coordenadoria Municipal de Políticas para Mulheres do Município de Nilópolis, mas conhecida como Casa da Mulher, permanecem no ciclo de violência por anos a fio, sem tomar uma atitude que desse um novo rumo a sua história. Foram entrevistadas quatorzes mulheres, as quais foram atendidas pelo Serviço Social da instituição. A partir das entrevistas realizadas percebemos que as mulheres que participaram da pesquisa, tinham como objetivo viver até que “a morte as separe” de seus maridos e companheiros, tendo também em mente de que a mulher tem que viver para o lar, não trabalhar e cuidar dos filhos. Identificamos também na pesquisa, que muita das mulheres entendem que sofre violência, porém não rompem com essa situação devido a inúmeras questões, entre elas, a falta de emprego, baixa escolaridade e independência financeira. Contudo, descobrimos também que em muitas casos, necessitam de uma ajuda externa para o rompimento do ciclo da violência.
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