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61.1 Papéis de gênero em debate

Coordenador@s: Luzinete Simões Minella (UFSC), Vera Lúcia Puga (UFU)
Este Simpósio pretende refletir sobre a expansão das publicações feministas através do debate a respeito das políticas editoriais e da avaliação do seu impacto. Sua realização dará continuidade aos diálogos estabelecidos pelas editoras dessas publicações em eventos específicos realizados no país e no exterior: I Encontro Brasileiro de Publicações Feministas, realizado em Florianópolis em agosto de 2002; I Encontro Internacional e II Encontro Nacional de Publicações Feministas, ocorrido também em Florianópolis, em novembro de 2003.
Esses eventos, liderados pela Revista Estudos Feministas desencadearam o II Encuentro Latinoamericano de Publicaciones Feministas y Revistas Criticas, realizado em Santiago do Chile em outubro de 2005 e organizado pela Revista Nomadías.
Em novembro de 2007, ocorreu o III Encuentro Internacional de Publicaciones Feministas. Entre medios: autoras, editoras y públicos. Liderado pela Revista Mora do Instituto Interdisciplinario de Estudios de Género da Facultad de Filosofía y Letras da Universidad de Buenos Aires.
A proposta deste Simpósio nasceu da necessidade de continuar aprofundando o diálogo entre as editoras brasileiras e as de outros países, a partir da compreensão de que a transnacionalização dos feminismos requer que as publicações desenvolvam a competência técnica e política para compartilhar experiências, inserindo os debates sobre os temas locais no cenário global.

Local: Sala 609 do CED

Resumos


25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Leandro José dos Santos (UNESP)
    Interações mediadas em Raça Brasil: o que dizem as leitoras?
    Pretendemos demonstrar como se manifesta a capacidade crítica e reflexiva das mulheres negras destinatárias dos bens simbólicos produzidos na revista Raça Brasil. A ideia de que nas interações mediadas os receptores seriam uma tábua rasa sem criatividade e imaginação é abandonada. Deixamos essas leitoras falarem sobre as suas percepções, sentimentos, interações e os processos que as conectam a essa revista. Aqui essas mulheres ganham vez e voz e têm condições de falar. Acolhemos o emaranhado de imagens e representações simbólicas produzidas por elas e as alinhavamos numa narrativa com início, meio e fim. Pelo que apuramos, Raça Brasil sempre quis ser o espelho onde a imagem da mulher negra fosse refletida, mas, segundo as nossas interlocutoras, o projeto editorial da revista falhou, pois o periódico não conseguiu acompanhar as transformações pelas quais passaram as afro- brasileiras. Existe uma identificação com a revista, mas ela não é incondicional. O que chama a atenção dessas leitoras são as narrativas de vida dos personagens retratados na revista. São muitas as críticas em relação às características físicas e aos estilos de vida mostrados na revista, segundo as nossas interlocutoras, a revista tem mostrado uma mulher negra que parece não existir na vida real.
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  • Jéssica Sayuri Mori Kanno (UNESP - Assis)
    "As Boas Mulheres da China": uma análise historiográfica a respeito da representação da mulher chinesa na obra de Xinran (1980-1997)
    Partindo do pressuposto da história vista de baixo, procuramos refletir a respeito representação da condição da mulher na China, utilizando como fonte principal os relatos contidos na obra “As Boas Mulheres da China” de Xinran. Nesta obra a autora coleta relatos a respeito da vida das mulheres chinesas, aos quais teve acesso devido a popularidade adquirida pelo seu programa de rádio "Palavras da Brisa Noturna", voltado para a mulher chinesa, no qual se discutiam questões a respeito da sexualidade, religião e política. Neste livro são encontradas diversas experiências e situações vividas por mulheres chinesas de diferentes idades e classes sociais em relatos foram coletados no período de 1980 a 1997. Nele as narrativas falam de situações mais recentes, próximas a 1997, além dos relatos que ocorreram logo após a Revolução Comunista 1911-1949 e a Revolução Cultural 1966-1976. No livro, procurou-se analisar a maneira como a mulher chinesa se enxerga, em sua situação como mulher, e também até que ponto a política, economia, sociedade e religião interferem nas vidas dessas mulheres, na maneira como são vistas e de como se vêem.
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  • Juliana Fagundes Jacó (Unicamp), Helena Altmann (Unicamp)
    A não participação de adolescentes nas aulas de Educação Física sob a perspectiva de gênero
    Está pesquisa busca compreender o que afasta parte das(os) adolescentes das aulas de educação física e, sabendo que a não participação das meninas é maior que dos meninos, analisar há relação entre essa não participação e os conteúdos propostos nas aulas e, também, quais são os referências sobre feminino e masculino que predominam nas aulas de educação física e interferem na participação dos(as) alunos(as) nas atividades. Para isso, discutirá dados coletados através de observações e entrevistas semi-estruturadas com alunas(os) de escolas públicas de Campinas e com professores(as). Nas aulas de educação física, é comum as meninas se considerem menos aptas e até mesmo desencorajadas a participarem das atividades nas aulas e esse fato deve considerar que “hábitos corporais masculinos e femininos vão ao longo do tempo e dependendo da sociedade, tornando um sexo mais hábil que outro em termos motores” (DAOLIO, pg.111, 2002), pois, a construção cultural dos sentidos do corpo é diferente entre meninos e meninas e esta atribuição de valores e sentidos às diferenças percebidas pelos sexos atua também nas relações com como e quais atividades devem ser praticadas por alunas e alunos nas aulas de educação física.
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  • Greiciellen Rodrigues Moreira (UNIMONTES), Cláudia de Jesus Maia (UNIMONTES)
    Transgressão e submissão feminina em Lucíola e Senhora, de José de Alencar
    O ideal feminino do Romantismo é o de uma mulher abstrata, submissa e passiva, mas contraditoriamente, percebe-se que José de Alencar traça em seus romances o perfil de mulheres ativas, fortes e determinadas. O presente trabalho, que é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento, discute o caráter transgressor das protagonistas de duas obras-primas de Alencar, Lucíola e Senhora. Lúcia e Aurélia rompem com o modelo de donzela romântica, insubordinando-se contra o discurso vigente no século XIX. Objetiva-se investigar o caráter transgressor dessas mulheres e por que elas se submetem a partir de determinado momento nas narrativas. Parte-se da hipótese de que a submissão das personagens possui função identitária, pois cabe aos autores românticos a tarefa de constituir uma identidade nacional. A submissão é necessária para que se mantenha a ordem do mundo ideal, regido por valores burgueses, criado por Alencar. Ordem, essa, que reflete, e ao mesmo tempo institui valores da sociedade brasileira do século XIX. Alegoricamente, não basta a essas mulheres/nação “proclamarem independência”, é preciso que se submetam ao homem, ícone de civilização. Portanto, a submissão assume um caráter positivo nos romances, assim como é positivo ao recém-independente Brasil submeter-se ao padrão estrangeiro da Europa civilizada.
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  • Laura Hastenpflug Wottrich (UFSM)
    O papel da telenovela na construção de representações sobre a mulher na velhice
    Este trabalho aborda o papel da mídia na construção de representações sobre a mulher na velhice. Parte-se de um produto midiático específico, a telenovela, gênero de amplo alcance e relevância no país enquanto sistema de representação das práticas cotidianas, da cultura nacional e de valores morais. Inicialmente teoriza-se sobre a cultura da mídia e sobre o conceito de representações sociais na perspectiva dos estudos culturais. Após, relaciona-se tais pressupostos às reflexões acerca da telenovela no Brasil e suas relações com as telespectadoras idosas. A análise é realizada com três novelas veiculadas pela Rede Globo em 2008 e baseia-se no conceito de ethos desenvolvido por Maingueneau (1997,2000) e nas categorias de representação da velhice propostas por Soares (2009), articulados à literatura sobre velhice e gênero. A pesquisa aponta para a escassa representação da mulher idosa na telenovela. A telenovela veicula imagens na maioria das vezes estereotipadas, marcadas pela comicidade e pelo sofrimento. O corpo envelhecido torna-se lócus privilegiado para a construção de uma velhice feminina negativa, na qual é experiência é destituída de valor em detrimento de representações que ressaltam as perdas, o sofrimento e a responsabilização pessoal pelo processo de envelhecimento.
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  • Linara Bessega Segalin (UFRGS)
    Discursos e representações de gênero nos almanaques populares:Almanak Litterario e Estatistico do Rio Grande do Sul e Almanach Popular Brazileiro
    Nossa pesquisa se propõe a investigar as representações femininas elaboradas pela elite brasileira no final do século XIX e início do século XX. Para tanto, propomos trabalhar com os almanaques como fonte de pesquisa. Ao longo da análise dos almanaques escolhidos, Almanak Litterario e Estatistico do Rio Grande do Sul e Almanach Popular Brazileiro , ambos do Rio Grande do Sul, constatamos diversas passagens, sob diferentes formas e momentos das publicações, que sinalizam discursos e representações sobre as mulheres. Dessas constatações surge o problema central da pesquisa. Os almanaques querem formatar uma mulher gaúcha dentro da ideia da modernidade conservadora na virada do século XIX para o século XX? Qual a importância da voz feminina nos almanaques? As mulheres têm um papel distinto dos homens?
    Nas fontes, analisamos o tratamento da questão da dicotomia entre os sexos, observando se estes discursos naturalizam a separação entre público/homem e privado/mulher. Tendo em vista que, nos almanaques é possível encontrar a escrita de homens e mulheres, escritores(as) e leitores(as), objetivamos analisar o caráter pedagógico dos almanaques com relação à educação de homens e mulheres. Também elucidaremos se os discursos apresentam influência da moral positivista de Auguste Comte.

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  • Lênia Pisani Gleize (IFSC - Florianópolis)
    Vozes inglesas em Ana Cristina César
    Ana Cristina César é autora de apenas um livro de poemas publicado em vida em circuito comercial: A teus pés, Editora Brasiliense, 1982. O legado estético da escritora desenvolve-se entre a década de 1970 e o início da de 1980 e inclui poemas, resenhas, ensaios e traduções. Entre eles, destacam-se a tradução do conjunto de poemas da poeta norte-americana Emily Dickinson e o conto Bliss anotado, de Katherine Mansfield. Tanto no trabalho de composição poética quanto no de tradução, é possível observar a intertextualidade com a obra das duas escritoras nascidas no século 19, as quais mesmo sendo de nacionalidades diferentes, têm o inglês como língua materna. Assim, pretende-se investigar a repercussão de uma tradição literária de língua inglesa no texto poético da escritora brasileira, , os quais empregam características formais comuns aos trabalhos literários contemporâneos como, por exemplo, a intertextualidade, com a intenção de dialogar com a tradição.
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  • Juliana Bez Kroeger (UFSC)
    A história nos discursos da intimidade: memórias da jornalista israelense Amira Hass
    Neste trabalho, discuto a memória, e os sentimentos da intimidade, como uma forma de se “ler” a história. Para isso, utilizo as memórias da jornalista israelense Amira Hass, principalmente as relatadas em seu livro Drinking the sea at Gaza: days and nights in a land under siege. Como suporte teórico, recorro, principalmente, à obra da historiadora inglesa Carolyn Steedman, defensora de que tanto a literatura quanto os escritos pessoais também são um “arquivo histórico”.
  • João Baptista Soares de Faria Lago (CEUNSP)
    Jogos sociais na Internet: consumo, gênero, corpo e subjetivação
    Os jogos sociais ("social games") vêm ocupando um espaço cada vez maior, nos sítios de redes sociais na Internet. Permeados por injunções mercadológicas e de consumo que sustentam financeiramente estes sítios, os jogos sociais, ao substituírem a linguagem escrita pela linguagem imagética como modo de comunicação e expressão de si e outros conteúdos, [com] portam diversos significados, ao passo que exerceriam consideráveis efeitos de subjetivação. Nesse sentido este trabalho, através da netnografia, consistiu numa caracterização tanto das interfaces gráficas quanto das relações aí situadas, visando responder à seguinte indagação: no contexto dos sítios de redes sociais na Internet, como os jogos sociais, as interações que propiciam e elementos presentes em suas interfaces gráficas e na possibilidades imagéticas que fornecem face à corporalidade, estariam constelando representações - hegemônicas ou não - de gênero?
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Paula Deporte de Andrade (ULBRA)
    Quando se usa a infância para vender: gênero e erotização na publicidade de revista
    O presente estudo pretende examinar as relações entre infância e gênero na publicidade. Segundo Schor (2004) a aliança entre infância e publicidade emergiu significativamente nos anos 90. Publicidades que tinham seus discursos voltados para as mães passam a ter seus discursos voltados para as crianças. Essa mudança vem causando deslocamentos e rupturas na forma como se representa hoje meninos e meninas na publicidade. Assim, inspirada na vertente pós-estruturalista dos Estudos Culturais este trabalho objetiva analisar como meninos e meninas vem sendo representados nas últimas quatro décadas nas peças publicitárias da Revista Veja. Utilizando o acervo digital que esta revista possui, a cada cem edições dez edições foram analisadas para que pudéssemos mostrar e problematizar como que historicamente a infância tem sido marcada por questões de gênero nas publicidades desta mídia. Com a análise podemos perceber que o consumo, visto atualmente como “dominante cultural” (HARVEY, 2008) tem motivado muitas transformações na forma como se usa a infância para vender, contudo também é possível identificar que algumas marcas e posições oriundas de questões de gênero ganham nova versão, mas continuam a existir nas publicidades do século XXI.
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  • Sérgio Luiz Gadini (UEPG), Isadora Ortiz de Camargo
    Representações femininas a partir de grupos masculinos no carnaval brasileiro
    O uso de roupas e objetos femininos por homens em desfile de rua ou clube, em diferentes cidades do País, já se tornou lugar comum no Carnaval brasileiro. No contexto da diversão e do clima descontraído que marca as festas, grupos de homens cultivam o hábito de se apresentar com maquiagem, cabelo produzido, seios artificiais, roupas e com gestos que, em geral, apresentam características muito similares: exagero nos trejeitos, falas e hábitos de expressão e comportamento feminino, simulando manifestações nas formas de comunicação que oscilam das práticas de submissão ao apelo sexual impositivo. Indícios de esteriótipos preconceituosos podem ser identificados até mesmo nos nomes dos grupos travestidos.
    O presente texto discute tais gestos e hábitos de representação carnavalesca, a partir de situações e exemplos de grupos 'festivos' existentes em diferentes locais do Brasil. Trata-se, pois, de uma reflexão que visa problematizar modos aparentemente simples de manifestações lúdicas do Carnaval brasileiro que deixam visíveis modos de entender e representar a mulher, independentemente da idade, traço étnico, estado civil ou orientação sexual.

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  • Simone Formiga (PUC-Rio / Universidade do Porto)
    A virtude da mulher portuguesa versus a má reputação da mulher brasileira
    O trabalho tem como ponto de partida o caso intitulado As mães de Bragança- o caso das senhoras portuguesas que resolveram fazer um abaixo-assinado por conta das prostitutas brasileiras que estavam a enfeitiçar seus maridos e a desfazerem os seus casamentos , fato este ocorrido na cidade portuguesa de Bragança em 2003; e tem como objetivo verificar a que propósitos o estereótipo da mulher brasileira presente no imaginário social português serve. Parte-se do pressuposto que as representações midiáticas desse estereótipo auxiliam em um mecanismo simbólico de contraste perante uma virtuosidade que se pretende atribuir à mulher portuguesa. A partir da análise comparativa de representações de mulheres brasileiras e portuguesas encontradas em periódicos veiculados em Portugal, como por exemplo, as revistas semanais Sábado, Visão e Focus, a autora pretende demonstrar como as diferenças na postura corporal, no mostrar/não mostrar o corpo, na indumentária, na forma do olhar, etc. contribuem para atribuir à mulher brasileira uma sexualidade não encontrada nas representações da mulher portuguesa. As imagens serão analisadas levando-se em consideração suas relações com o texto verbal que as acompanham.
  • Rosângela de Sena Almeida (UNIRIO)
    Futebol feminino no Brasil: memória e discursos da imprensa
    Este trabalho tem como temática principal o esporte futebol feminino e as formas como este se organiza discursivamente no cenário contemporâneo. Acreditando que os discursos da mídia participam da constituição das representações sociais, produzindo sentidos e/ou esquecimentos e silenciamentos, intencionamos explicitar a idéia de como a mídia, mais especificamente a imprensa, por ser um espaço social de fomento de discursos e falas e de promoção de significados, individual e coletivamente, pode ser observada como dinamizadora e auxiliadora na construção da memória social e da representação de um desporto. Nessa perspectiva, será abordada, neste trabalho, a memória discursiva do futebol feminino no Brasil a partir da inscrição de sua historicidade no discurso da imprensa escrita. Concebendo os jornais como ‘lugares de memória’ (NORA, 1993), tentamos entender o imaginário construído pela imprensa sobre o esporte e suas atletas nos jornais O Globo, Jornal dos Sports e Jornal do Brasil, no período de 1970 a 2007. Este estudo tem como questão principal entender como a construção discursiva da atleta de futebol feminino pelos jornais supracitados reitera, modifica, atualiza, problematiza ou contribui para a construção de uma memória discursiva desse campo, o esporte futebol feminino.
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  • Lucilaine dos Santos Oliveira (FURG), Paula Regina Costa Ribeiro (FURG), Joice Araújo Esperança (FURG)
    Narrativas infantis sobre as questões de gênero: problematizando modos de ser menina e menino no espaço da escola
    Este artigo tem como objetivo apresentar reflexões desencadeadas por uma experiência de pesquisa que buscou analisar as narrativas de um grupo de crianças da 4ª série do Ensino Fundamental sobre as questões de gênero. O estudo fundamenta-se em teorizações que conceituam gênero como uma construção sócio-histórica das distinções baseadas no sexo. Dentre as possibilidades metodológicas, optou-se pela investigação narrativa com o objetivo de problematizar as representações construídas pelas crianças sobre a referida temática. Para tanto foram realizadas diversas atividades, buscando privilegiar diferentes formas de expressão, atender aos objetivos da pesquisa, bem como contemplar as dúvidas, interesses e curiosidades das crianças. Para tanto, foram planejadas estratégias para produção do material empírico que articulassem situações de aprendizagem no espaço da sala de aula e expressão de idéias, através da escrita de diários, de desenhos, de dramatizações, de brincadeiras, dentre outras atividades. As narrativas infantis apontam para uma mudança de comportamento nos modos como as crianças significam a diversidade dos corpos, ao tomá-los enquanto construções biológicas, mas também, sociais, culturais e históricas, passando a problematizar essas questões entre seus pares.
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  • Luciano Nascimento Corsino (UNIFESP)
    Relações de gênero na Educação Física: a construção dos corpos de meninas e meninos nas misturas e nas separações da escola
    A presente comunicação dá notícia de pesquisa de Mestrado, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo. Trata-se de pesquisa que objetiva conhecer como as relações de gênero se estabelecem nas aulas de Educação Física, nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Para atingir tal objetivo, delineiam-se algumas perguntas norteadoras: Como os/as docentes, nas aulas de Educação Física, separam ou “misturam” meninas e meninos? Como as atividades nas aulas de Educação Física podem reforçar as diferenças hierarquizadas entre o feminino e o masculino? Como o lido com a corporeidade de meninas e meninos, nas aulas de Educação Física, relaciona-se com as construções de gênero elaboradas na realidade escolar tanto por alunos e alunas quanto pelos docentes? Para responder as perguntas acima, será realizada pesquisa de inspiração etnográfica, em escola pública do Município de Guarulhos, na Grande São Paulo. Como referenciais teóricos, serão consideradas autoras representantes dos estudos de gênero, como Joan Scott, Valerie Walkerdine e Judith Butler. Será abordada a Pedagogia da Cultura Corporal, na qual a cultura escolar é percebida como campo de relações de poder, produtoras de sentido e significado.
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  • Márcia Cristina Furtado Ecoten (UNISINOS), Berenice Corsetti (UNISINOS)
    A mulher no espaço do futebol: um estudo a partir de memórias de mulheres
    Depois de muito tempo de invisibilidade social feminina, as mulheres conseguiram chegar a espaços que eram destinados e permitidos apenas aos homens. Sua participação nos esportes, especificamente no futebol, esporte marcadamente masculino, foi um destes novos espaços onde a mulher circula em nossos dias. Neste trabalho destacamos especificamente a mulher como torcedora de futebol. No princípio do futebol em nosso país, as mulheres eram espectadoras assíduas do esporte, isso no tempo em que ele era praticado e assistido, quase que exclusivamente, por membros da elite brasileira. Com a popularização do futebol em nosso país, o tipo de torcida que passou a acompanhar os jogos de futebol, se modificou bastante. Aos poucos, as mulheres foram ganhando espaço no campo de futebol, como torcedoras, debatedoras e profissionais do até então “esporte de homem”. O trabalho apresentado aqui se desenvolveu a partir da metodologia de História Oral, constituindo-se num resgate da memória de mulheres. O estudo nos permitiu perceber que, hoje em dia, as mulheres, no futebol, não são meramente torcedoras, pois nossas entrevistadas demonstraram uma forte identidade clubística, calcada em ações de militância e ocupação de espaço junto ao clube com o qual se identificam.
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  • Luciara Lourdes Silva de Assis (UFMG)
    Espelho Diário: Rosângelas entre o diário e o espelho
    O diário pessoal configura-se, tradicionalmente, como um relato cotidiano de acontecimentos da vida de seu autor, que costuma trazer, entremeadas à narrativa, reflexões sobre si. Essa noção sobre a escrita diarística, entretanto, está sujeita a transformações no âmbito pós-moderno. É o que parece acontecer com a instalação Espelho Diário, de Rosângela Rennó e Alícia Duarte Pena, que foi posteriormente transformada em livro. Na obra, a artista se desdobra em diversas Rosângelas, fazendo convergir, entre o diário e o espelho, o uno e o múltiplo, o eu e o outro. Dessa forma, a instalação suscita significativas reflexões sobre a escrita feminina em primeira pessoa, a partir da problematização da literatura autobiográfica tradicional. Considerando-se as questões levantadas, esta comunicação pretende analisar Espelho Diário em sua inscrição como narrativa de um “eu” feminino no contexto da produção artística/literária contemporânea.
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  • Maria Lúcia Almeida Gomes (Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação - Porto)
    Meninas/meninos iguais a mim? – Representações sobre identidades de género em álbuns ilustrados
    Nesta comunicação apresenta-se um estudo exploratório sobre interpretações de menin@s sobre acções, papéis e características de personagens de álbuns contemporâneos. Reconhecida a importância da literatura na socialização das crianças, discute-se possíveis contributos dos textos visuais na formação de identidades de género. Investigador@s que têm elaborado sobre as interpretações de crianças de textos visuais, afirmam-nas como leitoras sofisticadas, capazes de dar sentido a imagens complexas, em termos literais, visuais e metafóricos, competentes na compreensão de diversos pontos de vista, análise de estados de espírito, mensagens. Afirma-se a pertinência de dar visibilidade a sentidos atribuídos por crianças a mundos e personagens espelhados em álbuns e possíveis reflexos na construção de identidades genderizadas. Dá-se conta também de uma análise sobre representações de feminilidades e masculinidades presentes em álbuns, recomendados no PNL em Portugal.Recorre-se a análise de conteúdo de álbuns e registos de leituras de crianças, entrevistas individuais e grupos de discussão focalizada. Em termos teórico-epistemológicos, este trabalho percorre contributos multidisciplinares, com ênfase na Sociologia da Infância, Estudos de Género cruzando com estudos artísticos e literários.
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  • Luiz Cláudio Kleaim (UFES)
    Um Romeu e Julieta para Evelyn? Romances e tragédias urbanos em páginas policiais
    Na manhã de terça-feira do dia 25 de agosto de 2007, os jornais capixabas veiculavam o suicídio do policial João Bosco Lima, autor-confesso do assassinato da travesti Evelyn, que trabalhava na praia de Camburi. A notícia deixou a sociedade estupefata. Junto ao corpo do policial estava uma carta escrita por ele relatando a situação de humilhação à sua honra em decorrência de um suposto caso entre ele e a vítima. Percorrendo os dados veiculados e documentos publicados, procuramos forjar um itinerário de análise que compreenda o suicídio enquanto resultado da eficácia da heteronormatividade.
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  • Paulo Victor Bezerra (UNESP-Assis), José Sterza Justo
    E se Don Juan fosse mulher? : um estudo acerca das transformações de gênero sofridas pelo mito
    Este trabalho é parte da pesquisa de mestrado, ainda em andamento, intitulada “Don Juan como protagonista da estética amorosa pós-moderna”. Nessa pesquisa, analisamos algumas representações do mito de Don Juan produzidas em diferentes épocas, tendo como objetivo relacionar tais representações com os modos de subjetivação inerentes a seus momentos históricos. O mito de Don Juan nasceu em 1630 na peça de Tirso de Molina intitulada El burlador de Sevilha y convidado de piedra. Nessa obra fica evidente o caráter moralista-cristão, sentido primeiro que se impôs ao mito. No entanto, a imagem que se consagrou acerca do mito, em reproduções posteriores, foi a de um homem sedutor e apaixonado. Neste trabalho pretendemos analisar a representação do mito em sua versão feminina, através do filme ‘E se Don Juan fosse mulher’ de Roger Vadin de 1973, estrelado por Brigitte Bardot no papel principal. Nosso objetivo é relacionar a feminilização do mito com a problematização dos papéis de gênero possibilitada pelos movimentos culturais do final da década de 60. Assim, acreditamos estar contribuindo para o debate sobre as transformações do mito de Don Juan, e especialmente, através desse recorte, para o debate sobre as imagens e representações do feminino aceitas e/ou negadas socialmente.
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